A Libertação de Nancy
0 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em quarta-feira, 9 de setembro de 2009 às 17:26.O filme que em português recebeu o título A Libertação de Nancy é um verdadeiro "murro no estômago", que pode ser confundido com uma total imprudência por parte do realizador. Centrado numa única personagem com um passado problemático, o filme aborda temáticas como a rotina do casamento, o sado-masoquismo ou a auto-mutilação.
Apesar de o título original, Downloading Nancy, poder indiciar isso, este filme é muito mais do que um mero aviso aos perigos da Internet. Aqui repensa-se a vida e a morte, numa trama extremamente densa e complexa. Nancy sente a vida como que está preso no sítio errado e procura a saída. A saída, para ela, encontra-se em cada corte infligido a si própria, na falta de oxigénio, na tortura física, na morte. Tudo é melhor que a dor interior, que a falta de sentido da vida e do seu eu interior.
A dor da personagem principal cria uma interessante metáfora em favor da própria vida. Apesar de poder constar o contrário, Nancy acaba por ser a personagem mais viva e honesta de toda a trama e talvez quem deseja mais a vida. O seu marido acaba por viver uma vida que na realidade não existe, enquanto que Louis vive preso ao passado. Enquanto que estes dois se prendem a algo fictício, é Nancy que se revela uma pessoa extremamente humana que, na verdade, procura sobreviver.
Na verdade quem mais se destaca é Maria Bello, numa prestação profunda que exigiu muito de si enquanto actriz. É o seu desempenho que eleva o filme a um patamar mais superior do que realmente é. Pena que a actriz participe apenas em filmes independentes menos populares que não lhe garantem os merecidos créditos.
O excelente trabalho de fotografia de Christopher Doyle dá também outro significado à narrativa. O cinematógrafo que foi responsável pelo trabalho de fotografia em Paranoid Park (2007) ou do recente The Limits of Control (2009), cria uma paleta de cores depressivas, com uma iluminação propositadamente monótona, ao ponto de quase conseguir inflingir no espectador, a mesma dor da protagonista.
A Libertação de Nancy é o drama de uma mulher à beira do abismo que garante momentos doentios, de profunda inquietação e que nos deixa completamente desgastados. É um murro no estômago profundo, um ensaio bizarro e estranho que só deverá ser visto por pessoas menos sensíveis.
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Existe nas personagens principais do filme uma noção comum de alienação, solidão e inadaptação que conferem os primeiros passos de terror onde o filme se consegue diferenciar. Existe uma discriminação comum às duas crianças, em patamares diferentes, mas que servem de união e que criam a imagem de um dos mais bonitos e negros romances da história do Cinema. E é precisamente na história deste romance diferente e complexo entre duas crianças que se cria um cenário elegante para uma história visualmente terrífica, longe dos clichés habituais do género.
Com uma temática que provoca muitas comparações a Twilight (2008), Let the Right One In é infimamente superior em qualidade artística e argumentativa. No que diz respeito à fotografia, este é um bom exemplo de um visual perturbadoramente tranquilo e ao mesmo tempo frio e cru. Longos e estáticos planos são frequentes no filme que conferem um grande realismo poético a toda a trama. E este andamento da câmara por vezes demasiado estático serve para contrabalançar algumas das cenas fortes do filme que transmitem um novo significado ao horror.
Esta plasticidade visual do filme conjuga-se com o argumento rico, consistente e inovador. As personagens são ricamente construídas, dando espaço de manobra ao espectador para interpretações secundárias daquilo que nos é apresentado a cada cena. E estas personagens são cimentadas pelas excelentes interpretações de dois jovens actores, que se marcam como promissores no cinema nórdico.
Em Deixa-me Entrar prosperam nuances do cinema noir francês, do cinema gore muito em voge, mas subtilmente romântico e poético, num argumento amplo e espontâneo aberto a significados inteligentes, numa rara consistência no mundo cinematográfico. É longe dos clichés comuns e perto da beleza incomum das paisagens nórdicas que Tomas Alfredson vai beber a sua influência. Inova o tema dos vampiros, mas recupera alguma da sua veia gótica, para gáudio dos fãs que julgavam o género adormecido.
É certamente um dos melhores filmes do ano, que pode perder apenas pela sua narrativa extremamente lenta, adepta de alguma estagnação visual e argumentativa, mas que recupera brilhantemente desses momentos que lhe poderiam causar o declínio. É uma nova abordagem com conceitos novos, com uma estética negra que curiosamente se torna bonita.
Deixa-me Entrar é um apelo à renovação do cinema actual, que não poderemos deixar passar ao lado.
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E o interessante é que no filme não existem heróis nem vilões. A dada altura, acabamos por compreender as acções de ambas as facções e apesar de não as desculparmos, percebemos porque as fazem. Em Eden Lake, não heroísmo, há sobretudo um instinto selvagem de sobrevivência, que desde logo os primeiros minutos do filme vem sido inteligentemente despertado.
O jogo de sobrevivência que o novato James Watkins cria é competente, levando a uma noção claustrofóbica, com violência brutal e crua. O filme torna-se bastante gore, mas não gratuitamente (apesar de usar cenas cliché do género), acabando por revelar uma dimensão pedagógica imensa. Além de assistirmos à evolução da narrativa e das personagens, desde os primeiros comentários que passam na rádio, passando pela noção da professora com vocação, a mulher cobarde e a sobrevivente lutadora, indo até à convicção orgulhosa e amoral de um jovem líder.
Kelly Reilly tem uma excelente estreia no género horror movie, revelando uma capacidade de adaptação bastante positiva e uma enorme competência a nível de desempenho. Michael Fassbender, que de início não encontra o seu espaço, mas finalmente consegue revelar a degradação psicológica por que passam as personagens do filme.
Contudo, é o elenco mais jovem que merece grande parte dos louros, principalmente Jack O'Connell que nos oferece uma visão distinta, mas convergente, da vítima e do predador. E é sobretudo o olhar do jovem que causa ao espectador uma sensação sufocante, que nos apoquenta logo desde o início, que mais do que apenas uma vítima dos actos passados, revela-se um ser calculista e vingativo, que faz-nos temer as gerações mais jovens.
Geração Youtube, frutos de uma educação inconsistente, negligente e irresponsável por parte dos próprios pais que se justificam com um "são apenas crianças", Eden Lake conduz-nos a uma perturbante reflexão sobre os valores que transmitimos aos nossos descendentes. E tal como acontece muitas vezes com as personagens, o que passa para nós enquanto espectadores, é a mesma sensação enojada, próxima do vómito, ao perceber a impunidade com que muitas gerações jovens acabam por triunfar. E aquele olhar calculista de um jovem, por detrás de uns Ray Ban Aviators.
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O exercício do reboot tem sido utilizado recentemente como forma de combater a crise e renovar aquilo que em tempos já foi a galinha dos ovos de ouro e deixou de ser. E a expectativa de J. J. Abrams dar um novo fôlego à saga conduziu a toda uma série de grandes motivações, especialmente depois de sucessos como Alias, Lost, Cloverfield ou o mais recente Fringe.
E a primeira desilusão é mesmo essa. Star Trek não sobrevive a todo esse buzz que se gerou pela blogosfera, provocando-me uma certeza estranheza perante a aclamação mundial da obra. Na tentativa de tornar a obra acessível a não conhecedores da saga (como eu), o filme deu um tiro no próprio pé, reduzindo-o a um mero blockbuster no início da época estival.
O filme é ritmado, intenso, tecnicamente irrepreensível e fascinante, capaz de deixar colados ao ecrã os olhos do espectador, mas acaba por se tornar inquientantemente inconsistente, sem uma definição no argumento, mas um enorme conjunto de cenas distintas. E especialmente ao tentar agradar a gregos e troianos, ou melhor a trekkies e não-trekkies, este reboot de Star Trek caiu no erro de adoptar um tom demasiado ligeiro e fácil, que acabou por levar algumas outros franchises à ruína.
Mas nem tudo é negro. Aliás, este futuro de Star Trek é brilhante e cheio de referências agradáveis à cultura pop, com uma valorizável realização de J. J. Abrams, cenários fantásticos e sobretudo os efeitos-especiais e visuais que abrilhantam todo o filme. A sonoplastia é outro factor que não podemos descurar, recuperando alguns dos sons originais da saga, mas também a banda sonora que mais uma vez revela o trabalho do talentoso Michael Giachinno, que habitualmente trabalha em conjunto com o realizador/produtor.
A nível do elenco, destaque para a química entre Chris Pine e Zachary Quinto, tendo especialmente este último um desempenho absolutamente notável ao longo do filme. O piscar de olho a outra obra de J.J. Abrams, mas também para os mais puristas de Star Trek é a presença de Leonard Nimoy, o Mr. Spock original da série.
Contudo, todos estes pontos positivos não são suficientes para superar a imagem inconsequente de blockbuster ligeiro que trouxeram a Star Trek. Um filme que teria muito mais para dar, se não fosse este tom que lhe dá um sabor semelhante a cinema fast-food, que não perdurá nas nossas memórias.
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Seria de esperar uma determinada leveza de Duplicity que acaba por não se revelar. A longa dimensão filme (cerca de duas horas) acaba por se tornar demasiado entediante e superficial, especialmente na primeira hora da película. Contudo, a realização de Tony Gilroy é dinâmica, com recurso a planos rápidos, a split screens constantes, misturados com flashbacks e uma banda sonora intensa, criada por James Newton Howard.
Apesar de tentar surpreender os espectadores com várias reviravoltas, Dupla Sedução acaba por se engolir a si próprio, revelando demasiado cedo o golpe preparado pela dupla de espiões. Isto acaba por fazer com que o restante filme se torne demasiado prevísivel apesar das pretensões do realizador.
O ponto alto do filme é a química resultante da dupla de actores Julia Roberts e Clive Owen, que já se tinha revelado elevada no filme Closer, em 2004. E é essa provocação e charme constantes que culminam no auge da interacção entre ambos, mas que se torna muito curta. Não devemos desconsiderar, no entanto, o mérito dos papéis secundários, essencialmente Tom Wilkinson e Paul Giamatti, enquanto CEOs de empresas concorrentes, que imprimem energia e divertimento à trama e a complementam.
Dupla Sedução é um produto de entretenimento, que girando em volta de um eterno bluff das personagens, provoca essa mesma sensação no espectador, tornando-se demasiado prevísivel.
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Ele Não Está Assim Tão Interessado
0 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em sábado, 18 de abril de 2009 às 23:13.Elaborado na forma de um manual, o filme de Ken Kwapis é baseado no livro homónimo de Greg Behrendt e Liz Tucillo (argumentistas de alguns episódios de Sex and the City). Ele Não Está Assim Tão Interessado acaba por ser uma paródia aos relacionamentos actuais.
Certamente o público feminino irá soltar algumas gargalhadas ao reconhecer-se em muitas das mais variadas situações do filme, bem como as motivações e acções masculinas acabam por ser descortinadas em alguns momentos. Estereótipos não faltam no argumento: a solteirona desesperada para encontrar namorado, a rapariga que partilha casa há vários anos, mas que só pensa em casar, a esposa feliz que acaba por ser traída, a rapariga que se envolve com o homem casado, a rapariga que vive relações pela internet, o amigo que desvenda os truques do sexo masculino e as muitas amigas com comentários do género "Ele não é homem para ti.", "Isso é porque ele tinha medo da tua maturidade emocional"...
Não é uma obra-prima, não é inovador, mas é um puro produto de bom entretenimento, que consegue levar o espectador a reconhecer-se em cada instante do filme. Seja como excepção ou regra. O tom documental que a longa-metragem assume em algumas partes do filme, garante alguns gags bastante divertidos.
O problema contudo é o excesso de estrelas no elenco, que acaba por ofuscar algumas delas, dando-lhes desempenhos completamente aquém do esperado. É uma trama de relações cruzadas, onde todos os personagens acabam por se conhecer ou envolver de alguma forma. Uma espécie de manta de retalhos de estrelas de Hollywood que peca por esse mesmo excesso. Contudo a grande surpresa do argumento foi o talento e química de Justin Long e Ginnifer Goodwin, que garante um dos pares mais interessantes do filme. Por outro lado, existe talento subaproveitado como o de Jennifer Connely, Jennifer Aniston e sobretudo, Ben Affleck, que tem um dos piores desempenhos de sempre.
O argumento é cliché, estereotipado e com mais momentos light do que se desejaria. A realização é banal, já muito vista em cinema do género. Porém, na minha opinião, vale a pena, é divertido, não promete mais do que devia. Afinal, é uma simples paródia, uma comédia. Afinal os relacionamentos humanos não são feitos de clichés? Todos nós vamos nos conseguir reconhecer no filme ou pelo menos, alguém conhecido.
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Gran Torino é desses clássicos modernos. Nunca fui grande seguidor do realizador, apesar de reconhecer o seu bom trabalho na área do Cinema. Mas este filme, é uma pequena obra-prima, que não se compreende como foi afastada dos Óscares deste ano.
A fórmula de Eastwood mantém-se a mesma. A austeridade, a simplicidade, as temáticas dramáticas, os dramas humanos, os contrastes sociais, a crítica às grandes instituições. E sempre a figura central, de contornos inconfundíveis, postura firme, visão semicerrada tal como a personagem Christine Collins, em Changeling. Gran Torino é mais que uma reflexão sobre a velhice. É o retrato de uma raiva incontida, de um senso de humor despretensioso, do significado da vida e da morte. O filme vive à base dos enquadramentos simples, da exibição perfeccionista dos pormenores onde nada surge por acaso.
Além do argumento e dos diálogos com a temática do revivalismo do passado da Guerra na Coreia, dos sentimentos racistas e xenófobos, Gran Torino vive com um soberbo trabalho fotográfico, com um excelente jogo de luz e sombra (evidenciado pelos posters do filme) corrosivo e marcante.
A história respira Clint Eastwood. Atrás e à frente da câmara, com a cartilha de normas rígidas a que já nos habituou. Sobretudo é uma história de uma amizade improvável entre duas personagens opostas e que, aparentemente, seriam inconciliáveis. Mesmo quando Mr. Kowalski rosna a quem odeia, mesmo quando abomina a decadência da juventude actual, nota-se que redescobre o significado da vida e da tolerância.
Pecado seria também não falar da banda sonora do filme, que apesar de ser reduzida ao máximo, como é habitual nos filmes do realizador, surge em momentos chave de Gran Torino, contribuindo para exponenciar a beleza da película. Destaque ainda para a sequência final, onde Clint Eastwood nos brinda como uma composição escrita e cantada por ele.
A interpretação de Clint Eastwood não vale um Óscar, mas é denotadora de como um actor deve trabalhar uma personagem. Mas o maior defeito de Gran Torino e que lhe impossibilita atingir um estatuto maior tem que ver com o erro de casting. O elenco secundário tem más interpretações ou abaixo do desejado. Bee Vang, enquanto Thao tem um péssimo desempenho: inconsistente, incoerente e inexpressivo. Já Ahney Her tem uma personagem interessante e mordaz, mas cuja interpretação poderia ser muito melhor.
Apesar desse pequeno erro, Gran Torino é um clássico contemporâneo, que merece acima de tudo um reconhecimento maior, que não chegou a obter.
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Richard Jenkins tem uma currículo extenso. Nos últimos 20 anos, participou em pelo menos 60 filmes, mas muitos deles em papéis secundários ou sem grande impacto no argumento dos mesmos. Da figura patriarcal de Six Feet Under, Richard Jenkins parte para a história de um homem que reaprende a viver. Richard Jenkins é duplamente um visitante. É quase um visitante na sua própria casa, mas também no sentido mais altruísta da palavra. O actor tem aqui uma bela interpretação, um papel que lhe coube que nem uma luva, uma prestação simples, mas poderosa.
Também Haaz Sleiman além de genuinidade estampada no rosto e em cada cena em que entra, dá ao espectador um desempenho caloroso e fresco, mesmo nas cenas mais dramáticos. Mas o destaque cai principalmente sobre Hiam Abbass, pois em todas as cenas que a actriz surge causa impacto. O seu olhar é poderoso, a postura com que interpreta as suas cenas e falas é extasiante.
Sem grandes pretensões, Tom McCarthy (The Station Agent) conduz o filme e todas as cenas competentemente, guiando o espectador através de um argumento simples, mas com um conceito importante. O Visitante transmite uma mensagem de tolerância e humildade, um conceito humanitário em vias de extinção nos nossos dias, despertando para a temática da imigração pós 11 de Setembro. Mais que ficção é uma crítica ao nosso complexo sistema burocrático e que tantas vidas deixa suspensas.
O Visitante é despretensioso, simplista e básico. Mas ao mesmo tempo apresenta um argumento consistente e coerente, a um ritmo agradável, à base de temáticas ricas, interessantes e introspectivas, num ensaio sobre o melting pot e o drama da imigração.
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O célebre caso de Watergate e do impeachment do Presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon fez correr muita tinta na época, mas a polémica ressurgiu anos mais tarde quando um artista do entretenimento televisivo David Frost (na altura quase desconhecido) liderou a mais importante e popular entrevista política da era moderna.
O argumento de Frost/Nixon basea-se numa peça de teatro da autoria de Peter Morgan e tal como foi notoriamente aclamado na altura em que estreou nas salas de teatro, o mesmo se passou perante a versão cinematográfica. Muito desse reconhecimento da crítica advém da realização limpa de Ron Howard, mas também do lado humano que consegue imprimir nas personagens, com especial destaque para algumas das cenas mais marcantes da entrevista.
O trabalho de montagem a cargo de Daniel P. Hanley e Mike Hill é certamente um dos melhores dos oscarizáveis deste ano. O excelente trabalho desta dupla é conhecido desde A Beautiful Mind, Cinderella Man e The Da Vinci Code. Em termos físicos e visuais todo o panorama global resulta e muito bem naquele que se tornou um dos mais interessantes e inquietantes thrillers políticos. Da mesma forma Susan Benjamin está de parabéns por todo o set, especialmente a nível da decoração do local onde as entrevistas foram feitas, estando altamente fiéis ao sítio original.
O filme de Ron Howard segue o conceito de abordar o escândalo, mas não de forma tablóide ou abusiva, à semelhança do que o argumentista Peter Morgan fez com The Queen. Não assistimos a um rol de visões manipuláveis, como poderíamos esperar, mas as cenas em que adopta a técnica da versão documental, é uma forma de fazer o espectador acreditar naquilo que vê.
O filme brilha tanbém pela excelente interpretação de Frank Langella no papel de Richard Nixon, incorporando os maneirismos e a pose dramática do ex-presidente dos Estados Unidos. A sua voz portentosa e a sua atitude austera transmitem uma grande carga dramática a todo o filme. A sua personagem é exímia no controlo político e na manipulação dos seus ideais.
Infelizmente, apesar da importância da personagem de David Frost, Michael Sheen ficou um pouco aquém do que se poderia esperar, sem uma presença relevante, longe do seu desempenho no papel de Tony Blair em The Queen.
A grande maioria do elenco secundário está também muito bem representado por nomes como Sam Rockwell, Matthew Macfadyen, Kevin Bacon, Oliver Platt e Rebecca Hall. Tendo esta última tido um papel pouco relevante na trama e que mereceria ter sido mais aprofundada.
Em Frost/Nixon assistimos a um grande confronto de actores, com especial destaque para o brilhante desempenho de Frank Langella e para a edição do filme. Este é um excelente trabalho de realização que merece o estatuto de grande obra cinematográfica, peca simplesmente por nos parecer que o maior ponto de impacto se resume à célebre expressão "I'm saying that when the President does it, that means it's not illegal!"
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Noite de Óscares
12 Comentário(s) Pisado por Maria João em domingo, 22 de fevereiro de 2009 às 14:41.Aqui está a lista dos nomeados:
Melhor filme
'The Curious Case of Benjamin Button'
'Frost/Nixon'
'Milk'
'The Reader'
'Slumdog Millionaire'
Melhor realizador
Danny Boyle - 'Slumdog Millionaire'
Stephen Daldry - 'The Reader'
David Fincher - 'The Curious Case of Benjamin Button'
Ron Howard - 'Frost/Nixon'
Gus Van Sant - 'Milk'
Melhor actor
Richard Jenkins - ‘The Visitor’
Frank Langella - ‘Frost/Nixon’Sean Penn - ‘Milk’
Brad Pitt - ‘The Curious Case of Benjamin Button’
Mickey Rourke - ‘The Wrestler’
Melhor actriz
Anne Hathaway - ‘Rachel Getting Married’
Angelina Jolie - ‘Changeling’
Melissa Leo - ‘Frozen River’
Meryl Streep - ‘Doubt’
Kate Winslet - ‘The Reader’
Melhor actor secundário
Josh Brolin - ‘Milk’
Robert Downey Jr. - ‘Tropic Thunder’
Philip Seymour Hoffman - ‘Doubt’
Heath Ledger - ‘The Dark Knight’
Michael Shannon - ‘ Revolutionary Road’
Melhor actriz secundária
Amy Adams – ‘Doubt’
Penélope Cruz – ‘Vicky Cristina Barcelona’
Viola Davis – ‘Doubt’
Marisa Tomei – ‘The Wrestler’
Taraji P. Henson – ‘The Curious Case of Benjamin Button’
Melhor filme de animação
Bolt
Kung Fu Panda
Wall-E
Melhor filme estrangeiro
‘The Baader Meinhof Complex’ (Alemanha)
‘The Class’ (França)
‘Departures’(Japão)
‘Revanche’ (Áustria)
‘Waltz With Bashir’ (Israel)
Melhor argumento original
Dustin Lance Black - ‘Milk’
Courtney Hunt - ‘Frozen River’
Mike Leigh - ‘Happy-Go-Lucky’
Martin McDonagh - ‘In Bruges’
Andrew Stanton, Jim Reardon, Pete Docter - ‘WALL-E’
Melhor argumento adaptado
Eric Roth, Robin Swicord - ‘The Curious Case of Benjamin Button’
John Patrick Shanley - ‘Doubt’
Peter Morgan - ‘Frost/Nixon’
David Hare - ‘The Reader’
Simon Beaufoy - ‘Slumdog Millionaire’
Melhor documentário
The Betrayal
Encounters at the End of the World
The GardenMan on Wire
Trouble the Water
Melhor banda sonora
The Curious Case of Benjamin Button
Defiance
Milk
Slumdog Millionaire
WALL-E
Melhor música original
‘Down to Earth - ‘ WALL-E
‘Jai Ho’ - ‘Slumdog Millionaire’
‘O Saya’ - ‘Slumdog Millionaire’
Melhor edição de fime
Kirk Baxter, Angus Wall - ‘The Curious Case of Benjamin Button’
Lee Smith - ‘The Dark Knight’
Mike Hill, Dan Hanley - ‘Frost/Nixon’
Elliot Graham - ‘Milk’
Chris Dickens, ‘Slumdog Millionaire’
Melhor documentário curto
The Conscience of Nhem En
The Final Inch
Smile Pinki
The Witness - From the Balcony of Room 306
Melhor fotografia
Tom Stern - ‘Changeling’
Claudio Miranda - ‘The Curious Case of Benjamin Button’
Wally Pfister - ‘The Dark Knight’
Chris Menges, Roger Deakins - ‘The Reader’
Anthony Dod Mantle – ‘Slumdog Millionaire’
Melhor guarda-roupa
Catherine Martin - ‘Australia’
Jacqueline West - ‘The Curious Case of Benjamin Button’
Michael O’Connor - ‘The Duchess’
Danny Glicker - ‘Milk’
Albert Wolsky - ‘Revolutionary Road’
Melhor mistura de som/efeitos de som
David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce, Mark Weingarten - ‘The Curious Case of Benjamin Button’
Lora Hirschberg, Gary Rizzo, Ed Novick - ‘The Dark Knight’
Ian Tapp, Richard Pryke, Resul Pookutty - ‘Slumdog Millionaire’
Tom Myers, Michael Semanick, Ben Burtt - ‘WALL-E’
Chris Jenkins, Frank A. Montaño, Petr Forejt - ‘Wanted’
Melhor edição de som
Richard King - ‘The Dark Knight’
Frank Eulner, Christopher Boye - ‘Iron Man’
Tom Sayers - ‘Slumdog Millionaire’
Ben Burtt, Matthew Wood - ‘WALL-E’
Wylie Stateman - ‘Wanted’
Melhor curta-metragem
Auf der Strecke (On the Line)
Manon on the Asphalt
New Boy
The Pig
Spielzeugland (Toyland)
Melhor curta-metragem de animação
La Maison de Petits
Lavatory - Lovestory
Oktapodi
Presto
This Way Up
Melhor caracterização
Greg Cannom - ‘The Curious Case of Benjamin Button’
John Caglione, Jr., Conor O’Sullivan - ‘The Dark Knight’
Mike Elizalde, Thom Flout - ‘Hellboy II: The Golden Army’
Melhor direcção de arte
James J. Murakami, Gary Fettis - ‘Changeling’
Donald Graham Burt, Victor J. Zolfo - ‘The Curious Case of Benjamin Button’
Nathan Crowley, Peter Lando - ‘The Dark Knight’
Michael Carlin, Rebecca Alleway - ‘The Duchess’
Kristi Zea, Debra Schutt - ‘Revolutionary Road’
Melhores efeitos especiais
Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton, Craig Barron - ‘The Curious Case of Benjamin Button’
Nick Davis, Chris Corbould, Tim Webber, Paul Franklin - ‘The Dark Knight’
John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick, Shane Mahan - ‘Iron Man’
Para conhecer os vencedores, clique AQUI e para perceber um pouco melhor a cerimónia leia AQUI.
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Superhero Movie
0 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 às 20:49.É o género de filme que não nos leva a esperar muito. E isso é bom, não criar expectativas demasiado elevadas, porque no fim podemos surpreender-nos de uma forma muito mais positiva que o usual. Música e Letra não é, com toda a franqueza, um clássico, nem tampouco do melhor que já se fez. É antes de mais, um bom filme para ver num Domingo chuvoso, à tarde. É carinhoso, light e divertido. E isso já é bom.
Do autor de Miss Detective (Marc Lawrence), o filme prima pela não repetição dos mesmo conceitos básicos para os quais nos arrastam a maioria das comédias românticas. O argumento remete-nos para a nostalgia dos anos 80 e o pop contagiante que se fazia ouvir na altura. E PoP! Goes My Heart, música inicial da história e que nos contextualiza para o filme é uma recriação quase perfeita, das músicas pop e dos videoclips dos 80's. Curiosamente, deixa o espectador com o "tique da perna" e com a música no ouvido, forçando-nos a cantarolá-la.
Hugh Grant tem aqui uma prestação interessante, como já não via desde About a Boy e Love Actually. Coerente, divertida e convincente, dá-nos a conhecer um ultrapassado membro de uma banda, que teve outrora os seus momentos áureos, o que dá origem a divertidas peripécias. Já Drew Barrymore também tem um desempenho aceitável, no papel de uma jardineira de ocasião, hipocondríaca e que descobre que tem aptidão para fazer rimas e compor canções. O elenco conta também com a participação de Haley Bennett, principiante e que poderemos ver no novo filme Marley e Eu, no papel de uma cantora pop, muito semelhante em popularidade e aparência à Britney Spears de outrora. O seu papel, sem grandes diálogos ou importância primordial, acaba por ser divertido.
Não esperem muito do filme, mas a surpresa acaba por ser grande. É original (e isso é raro em nos actuais tempos de Hollywood) e contagiante. Dá para rir (ou sorrir apenas), toca no coração, nem que seja pela nostalgia dos anos 80.
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Son Of Rambow
0 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009 às 15:24.Ler mais »
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Slumdog Millionaire
1 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em domingo, 1 de fevereiro de 2009 às 21:26.Ler mais »
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Noiserv – FNAC Santa Catarina, Porto
1 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em sábado, 31 de janeiro de 2009 às 15:46.Foi meramente por acaso que ouvi o trabalho de David Santos, mais conhecido nas lides musicais por Noiserv. No dia 24 de Janeiro de 2009, o artista deu um showcase na FNAC Santa Catarina, do Porto.
One Hundred Miles From Thoughtlessness é um nome complexo para um álbum de canções. A sonoridade remete-nos para isso mesmo. São cantigas criadas num ambiente sombrio e intimista, que exige auto-reflexão. Noiserv é alternativo e acústico, com uma vertente indie, a que consigo rapidamente assemelhar ao experimentalismo de David Fonseca.
David não tem uma presença segura, mas abstrai-se à medida que disseca cada som e cada expressão das suas canções em bonitos momentos melodiosos. No seu trabalho, Noiserv faz-se valer de caixas de música, pequenos ruídos mundanos, sintetizadores e xilofones, que exibem a cada nova canção o retrato do seu autor. Nota-se a honestidade com que o cantor revela todo seu âmago, com uma conotação lúgubre, que faz com que seja difícil o público não se emocionar.
David Santos é apenas um rapaz e é isso que traz a novidade e o divertimento da sua música. A espontaneidade e inocência estao lá, o talento também. Vale a pena estar atento a Noiserv.
http://www.myspace.com/noiserv
http://www.lastfm.com.br/music/Noiserv
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Uma típica comédia americana, sem graça e que continua a perseguir Anna Faris com o estereótipo da "loura burra".
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Um intenso drama suburbano, com excelentes interpretações.
Foi provavelmente a maior das surpresas na nomeação para os Óscares deste ano. Revolutionary Road, contra todas as expectativas, apenas recebeu três nomeações, duas delas em categorias técnicas, mesmo depois de quatro nomeações importantes tanto nos Globos de Ouro como nos BAFTA, tendo ganho o Globo de Ouro para Melhor Actriz, pela interpretação de Kate Winslet. Revolutionary Road foi trocado, em preferências, por The Reader, outro filme que conta com o protagonismo de Kate Winslet. Enquanto The Reader não chegar ao nosso país, nunca saberemos o porquê, mas Revolutionary Road será das melhores adaptações dramáticas dos últimos anos.
Baseado no romance homónimo de Richard Yates, Revolutionary Road, realizado por Sam Mendes (Beleza Americana) revela uma intensa carga dramática como há muitos anos não se via no grande ecrã. Um jovem casal atingido pelo conformismo dos subúrbios de Connecticut, durante os anos 50, tenta superar os seus problemas familiares, enquanto tentam criar os filhos de uma forma digna, ao mesmo tempo que tentam fugir das convenções típicas da sociedade da época.
Revolutionary Road será dos argumentos mais sombrios escritos acerca do casamento e juntar o eterno par romântico Leonardo DiCaprio e Kate Winslet no mesmo filme, aparentemente provocaria um suicídio cinematográfico. Surpreendentemente não foi isso que aconteceu. O filme é capaz, simultaneamente, de nos fazer sorrir, como de nos revoltar as partes interiores. Balança entre o inconformismo e a fantasia, passando pelo adultério e pelo o aborto, com tal componente dramática bastante activa.
A realização, os planos estáticos de algumas cenas, tudo isso contribui para transmitir respeito pelo filme. Sam Mendes, depois do grande sucesso de Beleza Americana e Road to Perdition, arrisca-se a criar um novo fenómeno de culto, desta vez das mentes mais literatas. O argumento não é claramente inovador, mas tratando-se de uma adaptação fiel ao original, era impossível que isso acontecesse, portanto coube aos protagonistas dar um grande impulso ao mesmo.
É impossível dizer qual dos dois esteve melhor: se Kate Winslet, se Leonardo DiCaprio. Kate Winslet tem aqui uma das suas melhores interpretações de sempre e se, foi nomeada pela sua interpretação não por Revolutionary Road, mas sim por The Reader, leva-nos a crer que o seu papel romperá os limites da perfeição. Winslet demonstra um tremendo à-vontade em grande maioria das cenas (desculpem-me os anti-tabagistas, mas as cenas em que a protagonista fuma um cigarro são de extrema sensualidade). O dramatismo que consegue imprimir a April Wheeler confirma Kate Winslet como uma das mais versáteis actrizes da actualidade.
Por sua vez, Leonardo DiCaprio consegue, a dada altura, roubar o protagonismo de Kate, revelando a sua maturidade e crescimento a nível profissional. A sua personagem Frank Wheeler é burocrática, complexa, rodeada entre o inconformismo e o conformismo e merecia mais a nomeação que Brad Pitt. Ao mesmo tempo, a grande surpresa surge do lado de Michael Shannon, com uma personagem alienada da sociedade, vítima de aparente insanidade, mas que revela uma sabedoria incomum, tornando-se uma figura emblemática do filme e que lhe valeu a nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário.
A banda sonora de Thomas Newman, foi infelizmente afastada dos Óscares, mas consegue despoletar o intenso descoforto que é assistir ao filme. Não de uma forma negativa, mas conforme já mencionado, o filme consegue a proeza de nos revolver as entranhas e isso é de elogiar numa longa-metragem.
Revolutionary Road não é um filme que se veja todos os dias, é necessário reunir uma enorme quantidade de pré-condições visuais para se conseguir avaliar todo o conjunto. Vê-se uma vez, deixa-nos revoltados com tremendo dramatismo e deixa-nos a admirá-lo ao longo dos anos.
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O Estranho Caso de Benjamin Button
5 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em terça-feira, 13 de janeiro de 2009 às 17:36."Nasci sob circunstâncias pouco usuais". Este é o mote para a história de Benjamin Button, um homem que nasce com cerca de 80 anos e, à medida que os anos vão passando, começa a rejuvenescer. O Estranho Caso de Benjamin Button é tão pormenorizado, que tenho medo de não conseguir comentá-lo à altura.
O filme brilha desde logo pelos ambientes cénicos e pela caracterização. Se à partida parecia demasiado fantasioso imaginar algo semelhante, a verdade é que somos levados a acreditar que rejuvenescer, em vez de envelhecer, é verosímil. O processo de caracterização do actor Brad Pitt é pormenorizado e completo, salvo alguns erros menores. A história é contada a partir de Nova Orleães, no fim da I Guerra Mundial em 1918, passando pela II Guerra Mundial, Guerra Fria, até ao século XXI. David Fincher consegue realizar essa tarefa que, à partida, nos parecia megalómana, sendo fiel aos factos históricos, incluindo cenários, trajes, comportamentos...
O trabalho do realizador é intemporal, arriscando tornar-se um grande clássico da história do cinema. A construção do filme e do argumento de Eric Roth e Robin Swicord é feita de forma a que o mesmo se assemelhe a uma biografia, narrada pelo próprio, desde o nascimento até à morte. O interessante é que apesar de ser o filme mais completo que vi até ao momento e apesar das fascinantes personagens, histórias e acontecimentos paralelos, tudo se complementa e destaca o personagem principal.
O Estranho Caso de Benjamin Button é o mais bonito romance que já alguma vez vi. Eu confesso que bem tentei encontrar erros crassos, algo que deitasse por terra todo o destaque dado ao filme, mas não consegui. Está lá tudo e muito bem feito. Desde os cenários e caracterização (já mencionados), bem como a banda sonora, as interpretações, direcção artística e fotografia.
Ao plano das interpretações secundárias, surge o brilhantismo de Taraji P. Henson. Queenie é a mãe adoptiva de Benjamin Button, se assim lhe quisermos chamar e que tem uma grande importância no argumento, à qual Taraji conseguiu imprimir todas as qualidades desejáveis. Por outro lado, a surpresa cai também em Tilda Swinton, vencedora do Óscar de Melhor Actriz Secundária em 2007, por Michael Clayton. O papel desempenhado pela actriz é portentoso, de uma mulher surpreendentemente interessante e que suportaria, por si, um único argumento a si dedicado. Uma nota também para Julia Ormond, cuja presença por si só já é de elogiar.
O único ponto que em princípio poderíamos negativizar seria a duração do filme, afinal são quase três horas de acontecimentos, histórias e épocas, que quase nos impedem de respirar, com medo de perdermos algum pormenor importante. Contudo, nem isso se torna negativo. Compreende-se logo que a duração assim o é porque não havia outra forma de o fazer sem diminuir a qualidade do argumento.
Não percam sobretudo as sequências finais, que são de extrema emoção, capazes de levar o espectador mais insensível às lágrimas.
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Uma sequela de um franchise que se estende para além do devido. No entanto, acaba por se tornar mais consistente que as anteriores.
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Este conta a história de uma aristocrata inglesa, Lady Sarah Ashley (Nicole Kidman), cujo marido, desesperado por arranjar dinheiro, foi para a Austrália, onde preparou a venda do seu último bem: uma quinta de gado, “Faraway Downs”. Suspeitando dos seus planos, Sarah vai para lá, com destino a Darwin.
No entanto, não é recebida pelo marido, mas por um vaqueiro interpretado por Hugh Jackman. Na viagem para "Faraway Downs" Sarah e o vaqueiro revelam uma profunda e mútua antipatia. No mesmo dia em que chega à quinta, Sarah é informada que o marido foi assassinado perto do rio. Após uma inesperada mudança nos acontecimentos, Nullah (Brandon Walters), uma criança aborígene encantadora, surge, de repente, na vida de Sarah. Nullah revela a Sarah que nem tudo é o que parece: o cruel responsável pela quinta, Neil Fletcher (David Wenham) tem uma parceria secreta com o maior proprietário de gado, King Carney (Bryan Brown), e juntos conspiram para ficar com suas terras. A partir daqui, desenrola-se uma história emocionante com um fim esplêndido.
O início da Segunda Guerra Mundial, os bombardeamentos, a instabilidade e os direitos dos aborígenes são apenas alguns temas que surgem com enorme força ao longo do filme. Australia é a mais cara produção cinematográfica do país e é, sem dúvida, um filme que marca. Não é apenas uma lindíssima história de amor; é também um grande pedaço de magia e de História e de direitos humanos. Vale mesmo a pena vê-lo!
Aqui fica o trailer:
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Georgiana, The Duchess of Devonshire: Oh, let them talk!
The Duchess (2008)
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