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Star Trek

De Star Trek pouco conhecia. Não sendo seguidor nem fã do franchise, foi a curiosidade em relação ao hype que se gerou na comunidade cibernauta e também os nomes do realizador e argumentistas que me fizeram ir ver este filme.



O exercício do reboot tem sido utilizado recentemente como forma de combater a crise e renovar aquilo que em tempos já foi a galinha dos ovos de ouro e deixou de ser. E a expectativa de J. J. Abrams dar um novo fôlego à saga conduziu a toda uma série de grandes motivações, especialmente depois de sucessos como Alias, Lost, Cloverfield ou o mais recente Fringe.

E a primeira desilusão é mesmo essa. Star Trek não sobrevive a todo esse buzz que se gerou pela blogosfera, provocando-me uma certeza estranheza perante a aclamação mundial da obra. Na tentativa de tornar a obra acessível a não conhecedores da saga (como eu), o filme deu um tiro no próprio pé, reduzindo-o a um mero blockbuster no início da época estival.



O filme é ritmado, intenso, tecnicamente irrepreensível e fascinante, capaz de deixar colados ao ecrã os olhos do espectador, mas acaba por se tornar inquientantemente inconsistente, sem uma definição no argumento, mas um enorme conjunto de cenas distintas. E especialmente ao tentar agradar a gregos e troianos, ou melhor a trekkies e não-trekkies, este reboot de Star Trek caiu no erro de adoptar um tom demasiado ligeiro e fácil, que acabou por levar algumas outros franchises à ruína.

Mas nem tudo é negro. Aliás, este futuro de Star Trek é brilhante e cheio de referências agradáveis à cultura pop, com uma valorizável realização de J. J. Abrams, cenários fantásticos e sobretudo os efeitos-especiais e visuais que abrilhantam todo o filme. A sonoplastia é outro factor que não podemos descurar, recuperando alguns dos sons originais da saga, mas também a banda sonora que mais uma vez revela o trabalho do talentoso Michael Giachinno, que habitualmente trabalha em conjunto com o realizador/produtor.



A nível do elenco, destaque para a química entre Chris Pine e Zachary Quinto, tendo especialmente este último um desempenho absolutamente notável ao longo do filme. O piscar de olho a outra obra de J.J. Abrams, mas também para os mais puristas de Star Trek é a presença de Leonard Nimoy, o Mr. Spock original da série.

Contudo, todos estes pontos positivos não são suficientes para superar a imagem inconsequente de blockbuster ligeiro que trouxeram a Star Trek. Um filme que teria muito mais para dar, se não fosse este tom que lhe dá um sabor semelhante a cinema fast-food, que não perdurá nas nossas memórias.

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