Pisares


David Fonseca e Rita Redshoes – Theatro Circo, Braga


Se há coisas para as quais me faltam palavras para as descrever, uma delas foi o concerto de David Fonseca no Theatro Circo em Braga (16 de Fevereiro 2008).
theatro1.jpg Posso começar por aquela que a meu ver será a sala de espectáculos mais bonita de Portugal: O Theatro Circo, em Braga (recentemente remodelado). O aspecto de salão de baile da época colonial, numa cosmopolita França ou Londres do século XVI, deixa antever suspiros de admiração. A riqueza dos ornamentos a folha dourada, as escadarias com passadeiras vermelhas, os fantásticos frescos pintados e os exuberantes lustres, aliados ao conforto dos assentos do auditório, tornam o local propício a espectáculos.
As luzes apagam-se e do lado esquerdo do palco surge um David Fonseca, trajado a rigor, de lacinho e de óculos, apresentando Rita Redshoes, como a belíssima e encantadora, portadora de uma portentosa voz. A jovem teclista da banda de David Fonseca, iniciou mais uma vez o espectáculo, com o vermelho como o ambiente predominante nuns sapatos ou numa gravata vermelha. Rita Redshoes divide-se em teclas, guitarra e voz e assume uma grande expressividade em palco, interpretando as canções de uma forma algo infantil. Foram-nos apresentadas algumas das canções do seu primeiro disco “Golden Era”, como o primeiro single “Dreams on Girl” e “Hey Tom”. O final da sua actuação deixou todos em suspenso, com a saída gradual dos membros da banda até ela ficar sozinha em palco.
De seguida, David controla a atenção de todos, surgindo pela porta da entrada, lado a lado com o público e cantando “Dreams in Colour” do álbum homónimo. David Fonseca cantou todos os temas deste seu novo álbum e a grande maioria das canções dos álbuns anteriores. De todo o concerto, posso destacar a genialidade do cantor e letrista, como uma fábrica de ideias e excelente entertainer. Um deles foi quando o cantor surge num palco completamente escuro, com uma lanterna na mão, cantando “Song to the siren”, um momento claramente bonito e emotivo. Raras foram as vezes em que não me arrepiei ou que não fiquei emocionado, quase de lágrimas nos olhos. “Who Are You”, “Eu Não Sei Dizer” (ainda dos Silence 4), “All Day and All Night” “Someone That Cannot Love” (considerada pelo cantor, como das suas músicas mais marcantes), “Adeus não afastes os teus olhos dos meus” (com uma projecção lindíssima), “Hold Still” (com Rita Redshoes, numa ode à solidão, inicialmente nas cidades e agora no geral), “You Make Me Believe”, “This Raging Light”, “Silent Void”, “Kiss Me, Oh Kiss Me” e “The 80’s” foram das canções mais marcantes.david11.jpg
O momento mais intimista foi quando o artista se sentou sozinho no palco à conversa com o público, contando estórias de escuteiros, trauteando Céline Dion e fazendo comentários sarcásticos acerca do hi5.
David Fonseca surpreendeu também pela quantidade de covers que tocou. Apesar de não me lembrar de todas, ouvi uns acordes de Space Oddity (David Bowie), tocou também o single Rocket Man (Elton John e incluída no novo álbum), uns acordes de uma música dos Blues Brothers, “Video Killed Radio Star” (The Buggles), “Billie Jean” (Michael Jackson) e “Song to the siren” (Tim Buckley).
As projecções em formato de câmaras de vídeo-vigilância, que focava cada membro da banda e por vezes o público ainda deram mais impacto ao espectáculo.
Foram três horas muito bem passadas com Rita Redshoes, David Fonseca e a maravilhosa banda, na sala de espectáculos mais bonita do país onde, por fim, nos foi mostrado que afinal, somos todos “Superstars”.
david31.jpg

Etiquetas:

Gone Baby Gone


Gone Baby Gone (Vista pela última vez) apresenta-se como mais um filme polémico, muito comentado e que incitará uma corrida às bilheteiras, não propriamente pelo seu argumento ou participações, mas pela sua verosimilhança com a realidade.
Gone Baby Gone assemelha-se ao polémico caso Madeleine McCann. Ora vejamos: a história do filme fala sobre o desaparecimento estranho de uma criança de quatro anos, muito chamada Amanda McCready que, em tudo, se parece com Madeleine. A criança que faz de Amanda chama-se, na vida real, Madeline O’Brien. O thriller centra-se nos trabalhos de investigação de dois detectives que suspeitam que a criança terá desaparecido após ter sido deixada sozinha em casa. As coincidências com a vida real tornam-se tantas, que este filme chega até a ser perturbador, a ponto de o filme ter chegado a ser adiado, pelo director Ben Affleck, estreante do outro lado das câmaras. Ben Affleck diz que se baseou num livro escrito por Dennis Lehane em 1998.

O filme conta com as participações de Morgan Freeman, Casey Affleck, Michelle Monaghan, Amy Ryan, entre outros.
Do argumento pode-se afirmar que é, em si, uma desilusão. Gone Baby Gone dificilmente convence à primeira, por ser demasiado básico e óbvio em determinadas cenas ou pela grande maioria das participações serem muito fracas. As únicas participações bem conseguidas resumem-se a Morgan Freeman (que apesar de aparecer poucas vezes, acaba por ter um papel preponderante na acção) e Amy Ryan (pela sua excelente caracterização como mãe toxicodepente). O filme torna-se demasiado confuso por vezes, a ponto de o encadeamento de cenas não parecer muito lógico e se perder muito do possível “brilho” que as mesmas poderiam ter. Ao mesmo tempo, na recta final do final compreende-se o porquê de muitas destas decisões.
Gone Baby Gone acaba por ser um filme demasiado moralizante. O filme não assume o papel de juiz e relega esse cargo para os espectadores, mas muitas vezes tem necessidade de explicar demasiado, por palavras, o porquê das acções das personagens.
Este filme põe-nos a pensar em como, muitas vezes, o amor se sobrepõe à razão e perante o dilema moral lei/coração. O que o filme tem de melhor é não tomar um dos lados, apesar de ter a sua grande moral. De qualquer modo, é um filme interessante e polémico, pois além do caso Madeleine McCann, recorda-nos outros casos recentes no panorama nacional, muito seguidos pelos media, valendo assim pela curiosidade e não propriamente pela qualidade do argumento.

Patrick Kenzie: "I always believed it was the things you don't choose that makes you who you are. Your city, your neighborhood, your family. People here take pride in these things, like it was something they'd accomplished. The bodies around their souls, the cities wrapped around those. I lived on this block my whole life; most of these people have. When your job is to find people who are missing, it helps to know where they started. I find the people who started in the cracks and then fell through. This city can be hard. When I was young, I asked my priest how you could get to heaven and still protect yourself from all the evil in the world. He told me what God said to His children. "You are sheep among wolves. Be wise as serpents, yet innocent as doves."

Etiquetas:

O Velho e o Mar

Li este livro por insistência da minha professora de Português para que eu participasse no concurso do projecto do Plano Nacional de Leitura (LER +).
Apesar de estar cheia de trabalhos e de testes e de testes intermédios, ela inscreveu-me e, para realizar a prova, tive que ler dois livros: O Velho que Lia Romances de Amor, de Luis Sepúlveda e O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway.
O Velho e o Mar conta a história de um velho pescador, Santiago, que luta com um peixe-espada gigante em alto mar, na Corrente do Golfo. Santiago não pescava nada à 3 meses, sentindo-se sem sorte, até que um rapaz lhe dá uma isca, dando-lhe também esperança.
Hemingway descreve de uma maneira única, fazendo os leitores sentir que estão no local a viver a acção, apesar de, por vezes, as descrições serem muito intensas.
A mensagem do livro é o mais importante: a determinação e a insistência contra as forças da Natureza, a coragem, a luta com a própria vida.

Depois, descansou encostado à proa. Descansou sentado no mastro desarmado, e fez por não pensar, aguentar apenas.

Ernest Hemingway, O Velho e o Mar

(E já aí vem a distrital do LER +!)


Etiquetas:

Little Miss Sunshine


Finalmente vi o filme “Little Miss Sunshine”, nomeado para quatro Óscares em 2007 e vencedor do Óscar para Melhor Argumento Original e Melhor Actor Secundário (Alan Arkin).
De “Little Miss Sunshine” há várias coisas a retirar. A primeira das quais, a péssima tradução do seu título para português: “Uma Família À Beira De Um Ataque De Nervos”. Em termos de crítica, o filme foi altamente elogiado por críticos prestigiados, mas nem sempre bem recebido pelo público em geral.
Little Miss Sunshine” reconstitui o dia-a-dia de uma família disfuncional. Não pretende ser uma comédia tradicional, tipicamente americana e efectivamente não o é. Aliás, nada no filme é típico. “Little Miss Sunshine” é algo dramático e non-sense. Apesar de ser um filme de baixo orçamento, as participações são excelentes, podendo-se destacar a do tio Steve Carrel, a do avô toxicodependente Alan Arkin ou a da jovem e talentosa Abigail Breslin. Em termos técnicos destaco a fotografia e os enquadramentos anti-típicos.
Apesar de não o pretender ser, acaba por ser um filme moralista, destacando o valor da família e da união entre todos os membros para alcançar um único objectivo: a diversão conjunta.
Um filme que foi uma revelação autêntica, a não perder.



Olive: I'd like to dedicate this to my grandpa, who showed me these moves.
Pageant MC: Aww, that is so sweet.
Pageant MC: Is he here? Where's your grandpa right now?
Olive: In the trunk of our car.

Little Miss Sunshine

Etiquetas:




© 2006 Pisares | Blogger Templates by GeckoandFly.
No part of the content or the blog may be reproduced without prior written permission.
Learn how to make money online | First Aid and Health Information at Medical Health