Pisares


Bodies, the exhibition

No Palácio dos Condes do Restelo, em Lisboa, ainda está em exposição O Corpo Humano como nunca o viu (Bodies, the exhibition). A ideia em que assenta a exposição é o princípio básico do estudo da anatomia humana: Ver é saber. Estão expostos espécimes humanos reais, onde foi utilizada uma técnica de polímeros de silicone, após a dissecação específica para mostrar um determinado sistema.
Assim, ficamos com uma ideia bem mais clara do funcionamento do nosso organismo, de como cuidar da nossa saúde, o que nos afecta pelo lado positivo e negativo. Pulmões saudáveis e de um fumador, órgãos afectados por determinadas doenças, curiosidades e muitas outras coisas.

Aprende-se bastante acerca da nossa "máquina", muito complexa. Vale realmente a pena.

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Fica comigo esta noite

Fica comigo esta noite seria um daqueles livros que eu nunca pensaria em  comprar. Sempre criei o preconceito e desenvolvi o estereótipo que Inês Pedrosa seria uma escritora de literatura dita light, sem grande interesse, com histórias e palavras fáceis; contudo numa Feira do Livro decidi comprá-lo talvez por estar a um bom preço.

Quando o comecei a ler não sabia bem do que se tratava, nem me tinha dado ao trabalho de ler a contracapa e então apercebi-me que o mesmo é dividido em 12 contos, todos da sua autoria, uns reeditados, outros inéditos. Fica comigo esta noite é o nome de um dos contos que dá tema ao livro. Fica comigo esta noite, pede um pai ao filho que lhe escapa entre os dedos, numa entre doze histórias de pessoas normais subitamente surpreendidas pela constelação de desencontros a que chamamos vida. Histórias de mulheres e homens perdidos na infinita noite do desejo, histórias de europeus sem Europa, histórias de traições e cumplicidades sem fronteiras.

Em termos de escrita, Inês Pedrosa surpreendeu-me: é uma leitura acessível claro, contudo tão sentida, tão bem escrita, com uma simplicidade tocante nas palavras. Gosto de mais umas histórias que outras, contudo todas me cativaram e surpreenderam pela sua crueldade, tal como o primeiro deles intitulado Só Sexo. Um ponto que aprecio imenso é o facto de todos os contos serem escritos na primeira pessoa o que cria um clima de envolvência e intimidada com as personagens.

Todo o amor é uma prisão, minha querida, uma prisão inventada por nós contra a escancarada brutalidade da vida.

Todo o Amor

Não me diga que a beleza está nos olhos de quem a vê, porque não é verdade. A beleza está é no coração de quem a sente.

Conversa de Café


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Vinte e Zinco

Mais uma bela obra do grande escritor moçambicano, Mia Couto. Comprei-o este Verão numa Feira do Livro porque já lhe conhecia a história, mas surpreendeu-me ainda mais. Mia Couto é um escritor belíssimo pela sua formação (professor e biólogo) e pela sua escrita original, muito regionalista, que nos leva a conhecer melhor a cultura de Moçambique e onde não faltam palavras criadas por ele mesmo. Mia Couto consegue falinventar.

Vinte e Zinco é uma história antitípica (estória, para ser preciso) em que é mostrado como o 25 de Abril de 1974 foi vivido em Moçambique, porque 1974 não foi um ano de liberdade para os moçambicanos. E por baixo dessa estória, submersa o suficiente para respirar e atingir os leitores sem que estes lhe prestem grande atenção, está a cultura africana, em cada página, em cada personagem que se afaste da realidade portuguesa, das imagens que carregam as palavras grandes deste delicioso escritor.

Um Pide, em Moçambique, perturbado pela morte do seu pai, a seguir-lhe as pisadas, a sua família – que incluía a mãe e a tia, mulher tresloucada segundo os parâmetros conservadores ocidentais das mulheres –, um cego, uma feiticeira, e um país que respira a cada braçada do escritor.

Aconselho a ler pela sua qualidade e conhecimento da História colonial portuguesa.

«Vinte e cinco é para vocês que vivem nos bairros de cimento. Para nós, negros pobres que vivemos na madeira e zinco, o nosso dia ainda está por vir»


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The Gift - Casino da Figueira

 Provavelmente sou suspeito por ser um grande fã dos The Gift, mas a realidade é que o concerto que deram no dia 16 de Agosto de 2007 no Casino da Figueira da Foz foi surreal. Nunca tinha ido àquele recinto e fiquei deslumbrado pelo ambiente formal em que nos sentamos, com todas as luzes e o tecto tão belamente pintado, com uma cúpula assombrosa.

Já não foi a primeira vez que tinha assistido a um concerto dos The Gift, mas este bateu todos os outros. Senti-me um privilegiado por ter sido o primeiro concerto em Portugal, depois de terem andado por Espanha e pelo festival Santander. Por volta das 23 horas, com a sala lotada, ouviram-se os primeiros acordes de "La Folie" e todos os membros da banda foram aplaudidos, mas quando Sónia Tavares entra e canta  "Actress", toda a sala sustém a respiração, totalmente maravilhados com a potência da sua voz. Sempre muito bem disposta, e mais um vez extremamente bem vestida, a Sónia e também o Nuno foram abrilhantando a noite com palavras de carinho para com o público.

A plateia conhecia de cor todas as músicas, mas cantaram especialmente a uma só voz o sucesso "Fácil de Entender" em português. Todas as músicas sofreram alguns arranjos diferentes dos originais, gerando um momento bastante intimista. Clássicos como "Clown", "Dream wiht someone else's dream", "Music", "Driving you slow", "My Lovely Mirror", "11.33", "OK! Do you want something simple" e as novas músicas "In Repeat" e "645" não foram esquecidas. Momentos  inesquecíveis que deixaram muitos estupefactos e outros com lágrimas no canto do olho. Regressaram ao palco três vezes, visto que toda a sala cantava à capela algumas músicas, mesmo quando eles se iam embora.

Por fim, cantaram novamente "Fácil de Entender" e todos saíram com a certeza de os the Gift serem uma grande banda e de o seu concerto ter sido o melhor do ano no Casino da Figueira. Uma noite memorável, concerteza.

The Gift @ Casino da Figueira 2007

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Férias

féria, (…) pl. dias feriados em que se suspendem os trabalhos judiciais, escolares, etc.; fig. descanso.


Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora

Voltamos já.

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9 Crimes

Damien Rice é um irlandês de 33 anos com uma voz fantástica, um “cantautor” simplista, modesto, confuso, melancólico e isso reflecte-se nas suas canções. Muitos olham-no como um génio musical.

“9 Crimes” é das músicas dele que mais gosto. Ouvia-a a primeira vez na banda sonora de um filme apenas de passagem e prendeu-me logo a atenção. Mas foi uma amiga que me deu realmente a conhecê-la. É das músicas mais depressivas que conheço, pelo menos para mim. As músicas são o meu refúgio muitas vezes e esta foi-o recentemente numa das piores fases da minha vida. Juntamente com Lisa Hannigan, Rice fez desta música um sussurro intimista, uma balada única em termos de simplicidade, num registo baixo e calmo que potencia a reflexão.

Leave me out with the waste
This is not what I do
It's the wrong kind of place
To be thinking of you
It's the wrong time
For somebody new
It's a small crime
And I've got no excuse

Is that alright, yeah
Give my gun away when it's loaded
That alright, yeah
If you don't shoot it how am I supposed to hold it
That alright, yeah
Give my gun away when it's loaded
That alright, yeah
With you?

9 Crimes - Damien Rice

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O segredo das coisas

Carlos realmente não tinha tempo de se ocupar do laboratório; e deixaria a Deus mais algumas semanas o privilégio exclusivo de saber o segredo das coisas - como ele dizia rindo ao avô.

Eça de Queirós, Os Maias

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Forever

Há músicas que marcam momentos, épocas e decisões. Forever de Ben Harper é  uma delas. Forever surgiu em 1994 no álbum Welcome to the Cruel World e destaca-se pela simplicidade e pela mensagem. Ben Harper é um dos meus compositores e cantores preferidos: a mensagem ecológica e o seu estilo de vida agradam-me, mas a voz suave e calma acalma-me.

A música Forever marca um dos períodos menos bons da minha vida, de um adeus e de uma dor que me levou à depressão profunda. Forever ajudou-me a perceber que mesmo que prometamos que tudo será para sempre, nada o é. Tudo é passageiro. Quando começa, tudo parece "para sempre", mas quando tudo acaba, o "para sempre" desaparece também. Já pedi muitos "forever" e com Ben Harper percebi que andava a pedir o errado. É por isso que quando a minha cabeça está confusa, Forever ajuda-me a dar sentido à vida.

Not talkin' 'bout a year
No not three or four
I don't want that kind of forever
In my life anymore

 
Forever always seems
To be around when it begins
But forever never seems
To be around when it ends

 
So give me your forever
Please your forever
Not a day less will do
From you

Forever - Ben Harper

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Keen on Keane

São apenas três - Tom Chaplin (voz), Richard Hughes (bateria) e Tim Rice-Oxley (piano) - mas o resultado é simplesmente fabuloso.
Descobri os Keane quando ouvi a Somewhere Only We Know na rádio, em 2004, nas suas primeiras passagens. Apaixonei-me logo pela música e, uns dias mais tarde, comprei o primeiro CD, Hopes and Fears. Ouvia-o vezes sem conta. Acabava e voltava a pôr no início. Todas as músicas têm alguma coisa para contar, todas elas me fazem sentir nas nuvens.
Com o segundo álbum, Under the Iron Sea, reforcei a certeza de que os Keane são uma banda que me faz realmente bem!
No dia 3 de Agosto, o concerto no Porto foi maravilhoso. A simpatia da banda, as palavras, as luzes, o palco! Tom Chaplin e nós, o público, cantámos em absoluto uníssono os maiores sucessos dos dois álbuns: Somewhere Only We Know e Is It Any Wonder, assim como Bend and Break! Demais. Adorei!
De facto, os Keane ocupam um lugar muito muito muito especial aqui dentro. Três rapazes que começaram a tocar em férias, no meio de muitos jogos de futebol! Um pianista, um baterista e um vocalista. Fantásticos!

I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my feet
Sat by the river and it made me complete

Oh simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?

Keane, Somewhere Only We Know

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Wonderwall

Uma das músicas que mais prazer me dá ouvir e cuja letra adorava ter composto. Wonderwall foi escrita pelo guitarrista dos Oasis, Noel Gallagher. Apesar de não ser muito apreciador da banda, considero esta a sua melhor canção. É considerada uma das músicas mais bem sucedidas de todos os tempos. Depois que se separou de Meg Mathews em 2001, Noel declarou à imprensa que a música foi escrita para um amigo imaginário que ele tinha durante sua infância que o ajudava a superar a tristeza e a solidão.

Muitas foram as covers feitas desta música, mas a que mais sucesso teve e a que mais gosto (muito mais que a original) é a de Ryan Adams. Os acordes por si só são de amar, mas na versão original considero demasiado pop. No entanto, Ryan Adams canta-a como ninguém, na sua voz melodiosa, naturalmente acústica. Aconchega-me, sei toda a letra de cor e canto-a muitas vezes. Hei-de cantá-la, baixinho, ao ouvido de alguém que consiga apreciar toda a sua beleza.

Today is gonna be the day
That they're gonna throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you gotta do
I don't believe that anybody
Feels the way I do about you now

I said maybe
You're gonna be the one who saves me ?
And after all
You're my wonderwall

Wonderwall - Oasis

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Sing


But if you sing, sing, sing, sing, sing, sing
For the love you bring won't mean a thing

Unless you sing, sing, sing, sing

Travis, Sing

Esta banda é absolutamente fantástica. Esta música é, agora, uma das minhas "músicas do coração"! Uma excelente música, um excelente videoclip, uma excelente banda.


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