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A Heart to Hold You - Keane

Esta música, dos Keane, traz sempre um bocadinho de magia com ela, independentemente do ambiente em que é ouvida. O título descreve-a: é como um grande coração que nos agarra nos braços, que nos põe um sorriso na cara, que nos acalma.
Ouço-a muitas vezes antes de adormecer, talvez porque traz sempre o tal pózinho de magia, um passo para pedacinhos de tranquilidade...

And if your heart should melt away
No matter,
I'll find you anyway

Until you look and find a love who doubles
As someone who'll understand your troubles

Keane, A Heart to Hold You

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O Amor é Fodido

Miguel Esteves Cardoso é um dos meus cronistas preferidos, mas nunca tinha lido nenhum livro da sua autoria e tinha essa curiosidade (as crónicas diferem sempre muito dos romances, veja-se o caso de António Lobo Antunes). Numa Feira do Livro na Figueira da Foz encontrei e pelo título forte chamou-me à atenção. Li-o numa tarde.

O Amor é Fodido de Miguel Esteves Cardoso não pretende ser um elogio ao Amor, nem é uma história comum. O livro é escrito de uma forma satírica, nua e crua, por vezes chocante, tão diferente do habitual. O autor não se coíbe de usar calão para expressar a crueldade do amor e escreve sem rodeios, sem figuras de estilo ou embelezamentos poéticos, com certos laivos de amargura, brutalidade, intensidade e mesmo rudeza extremas.

João é um sexagenário inválido, internado num lar, que recorda Teresa, o grande amor da sua vida. A narração, feita em retrospectiva, fala da relação quasi-extremista, doentia e impossível entre os dois, do simulado suicídio de Teresa que João só descobriu anos mais tarde e da impossibilidade de alcançar o amor perfeito.

Um livro diferente e singular, para ser lido sem preconceitos.

«Eu acho que a minha casa come cuecas. Chupa-as pelas frestas entre as tábuas, para dar de comer ao caruncho. É uma espécie de negócio.»

«O amor é fodido, mas gostei de fodê-lo contigo!»

«É natural que tenhas medo que te apanhem. A guerra continua tão estranha. Dum dia para o outro, já não sabemos que esperar. Tomamos os comprimidos, como todos os outros, só que o efeito é o contrário do que pretendemos. Nós queríamos ser felizes.
Ninguém nos acompanha nisto. A noite desce como um pano. As pessoas desaparecem, como se fossem para casa. Não temos maneira de saber o que está certo.
Dou-te as flores de onde vim, que vieram comigo, que atravessaram o mundo não se sabe bem porquê. Os teus olhos continuam iguais. É preciso insistir. Não fazemos diferença um do outro. Percorremos distâncias enormes, junto dos faróis e dos comboios, com a música muito alta, sem dizer nada que nos interesse. Não nos conhecemos. Nunca seremos interessantes. O carro precipita-se em vez de nós. A paisagem substitui as nossas caras.
Eu gostaria tanto de amar-te. Quando te tomo nos meus pensamentos, vai a noite escura ao largo da gente e das árvores, e eu penso que a minha alma te pertence. Pudera eu, meu amor, ou lá o que és, que pudesse pertencer a alguém.»

 

 

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Asas - GNR

Desde muito cedo que gostei de GNR por pertencer à velha guarda da música portuguesa e por ser um grupo com músicas que marcam gerações, desde os mais novos aos mais velhos, com uma energia vibrante em palco, expelida pela pessoa de Rui Reininho.

Uma das minhas músicas preferidas da banda é relativamente recente e foi feita banda sonora de um telefilme da SIC, "Amo-te Teresa". A bonita história de amor impossível é muito bem complementada pelo tema Asas. Sem dúvida, a voz de Reininho assenta na perfeição nesta música e a letra é de deixar qualquer um encantado. É uma canção de amor, um apelo à força e à liberdade. Uma das interpretações dessa música que me dá especialmente gozo ouvir é a do Rui e da Sónia Tavares, vocalista dos The Gift, por ser uma versão poderosíssima. E foi essa interpretação recente que me fez voltar a admirar a beleza da canção, o que até fez com que a cantasse a alguém especial, como prova de amor.

Asas é um tema que me dá isso mesmo: asas para enfrentar tudo por um grande amor.

Asas servem para voar
para sonhar ou para planar
Visitar, espreitar, espiar
Mil casas do ar.


As asas não se vão cortar
Asas são para combater
Num lugar infinito, no vácuo
para respirar o ar.


As asas são
para proteger, te pintar
Não te esquecer
Visitar-te, olhar-te, espreitar-te
bem alto do ar.


E só quando quiseres pousar
da paixao que te roer
É um amor que vês nascer
sem prazo, idade de acabar
Não há leis para te prender
aconteça o que acontecer.

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Os Maias

Retrato da alta sociedade de Lisboa no século XIX, Os Maias, de Eça de Queirós, é uma das mais conhecidas obras deste escritor. É apresentada a história de três gerações da família Maia: de Afonso, de Pedro e de Carlos.
O desenrolar da acção centra-se em Carlos, após uma analepse da vida de Pedro da Maia, seu pai.
Pedro da Maia casa com Maria Monforte contra a vontade de Afonso, de quem se separou. Tiveram dois filhos, uma rapaz e uma rapariga. No entanto, quando um dia receberam um italiano que Pedro feriu acidentalmente na caça, tudo mudou. Maria fugiu com o italiano, levando consigo a menina. Pedro fica, assim, com Carlos, indo para casa de Afonso, muito abalado, onde recebe todo o conforto do pai. Pouco depois, suicida-se.
A história vai-se desenvolvendo com a infância, as brincadeiras, a juventude, os estudos, as paixões de Carlos. Formado em Medicina, abre um consultório. Num grandioso dia de Sol, tudo mudou quando avistou uma senhora, na rua, de cabelos aparentemente louros e muito brilhantes. Foi o início de um grande amor mas também de grandes revelações que viriam mudar a sua vida.
Eça de Queirós apresenta uma grande capacidade descritiva e a sua atenção foca-se na tal "alta sociedade", que retrata de forma esplêndida, com todos os pormenores.

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O Ilusionista

O último filme que vi e que mais me marcou por diversos motivos: pela companhia especial e local onde o vi e por me ter dado uma grande lição que me levou a tomar uma decisão importante na minha vida.

O famoso ilusionista Eisenheim assombra as plateias de Viena com seu impressionante espectáculo de magia. Suas apresentações despertam a curiosidade de um dos mais poderosos e cépticos homens da Europa, o Príncipe Leopold. Certo de que a sua magia não passa de fraudes, Leopold vai ao espectáculo de Eisenheim disposto a desmascará-lo. Quando Sophie, noiva de Leopold, é chamada ao palco para participar de um número, ela reconhece em Eisenheim uma paixão juvenil. Eles iniciam um romance clandestino e o príncipe delega a um inspector de polícia a missão de expor a verdade por trás do trabalho do mágico. Este, no entanto, prepara-se para executar a maior de suas ilusões.

“O Ilusionista” é uma grande história de amor, que não convence do princípio ao fim. Entusiasma no início e apesar de a meio poder tornar-se ligeiramente aborrecido, tem um final absolutamente surpreendente, inesperado e incrivelmente bem imaginado.

Um bom filme que aconselho a que seja visto sem preconceitos e sem grandes expectativas, porque só assim conseguirão apreciar todo o seu esplendor. Através de “O Ilusionista” percebi que o amor vence tudo e que apesar de os obstáculos serem muitos, nada é demais para conseguir ter a pessoa que amamos, mesmo que para isso seja preciso enfrentar a morte.


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The Gift - Feira de S. Mateus

O concerto dos The Gift, ontem, dia 1 de Setembro, na Feira de S. Mateus, surpreendeu-me muito pela positiva. Foi simplesmente fantástico! Ganharam uma fã; nunca pensei que fosse gostar tanto de tudo aquilo. Faço das palavras do Tiago, na crítica do concerto no Casino da Figueira, minhas. Porque foi maravilhoso! Foi o último concerto antes do Festival Vodafone no Pavilhão Atlântico. A Sónia com a sua voz brutal, a animação, os aplausos, as músicas que nunca tinha ouvido e que adorei, o Nuno com os inúmeros sorrisos e brincadeiras! De facto, os The Gift sabem como fazer boa música e fico feliz por termos bandas desta qualidade em Portugal.
I’m doing it for music,
I’m doing it for love,
I’m doing it for everyone around me.

The Gift

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