Son Of Rambow
0 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009 às 15:24.

Quando começamos a ver Son of Rambow imediatamente percebemos que já fazia falta um filme e salta-nos da boca, quase sem querer, o adjectivo: despretensioso. O filme do amador Garth Jennings é uma viagem nostálgica ao universo das nossas infâncias (pelo menos a minha) e da adolescência de muitos, é um retrato carinhoso de uma época onde o VHS vingava nos leitores domésticos e se consolidavam clássicos, como First Blood, o primeiro filme de Rambo. Rambo este que serve de mote a todo o argumento.
Rapidamente somos conduzidos por uma louca viagem ao universo de duas crianças com uma imaginação fértil e propensas a problemas, mas ao mesmo tempo com uma tremenda sensibilidade artística e cinematográfica. Filho de Rambow - Um Novo Herói é o nascimento de um alter-ego de uma criança, a quem as convicções da família não lhe permitem integrar-se na sociedade, tal como as outras crianças. O argumento é também uma reflexão ao modo como o cinema nasce e cresce dentro de um cinéfilo.
Felizmente o realizador e argumentista não teve medo de infantilizar a sua obra e não caiu no estigma de intelectualizar o conceito por detrás do filme. As sequências animadas, fruto da mente do ingénuo Will, são um regalo para os olhos. O filme é repleto de personagens-tipo, que reflectem a sociedade dos anos 80, como os rufias, os adolescentes alucinados que se encontram na fase de experimentação e as meninas populares da escola.
As interpretações infantis são a mais valia do filme, com especial referência para Will Poulter cuja personagem Lee Carter, forneceu-nos dos momentos mais caricatos e emocionantes da película e o jovem Bill Milner, que transmite toda a inocência e ingenuidade necessárias. Curioso foi também o desempenho de Jules Sitruk, jovem francês que surge na trama através de um intercâmbio entre escolas de Inglaterra e França, e que proporciona divertidos momentos.
Surpreendentemente é um filme completo, uma comédia familiar simplista como há muito não se via em cinema, pena que não surjam obras destas mais vezes e que acabe por passar despercebido entre a vasta distribuição de blockbusters e filmes sem conteúdo.
Etiquetas: Crítica Cinematográfica
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