Slumdog Millionaire
1 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em domingo, 1 de fevereiro de 2009 às 21:26.

A esta altura, Slumdog Millionaire será um dos filmes mais aclamados e premiados do ano. Entre prémios e nomeações, o filme do realizador Danny Boyle (Trainspotting) e da co-realizadora indiana Loveleen Tandan, já fez um brilharete em tudo o que são galardões importantes a nível mundial, levou para casa quatro Globos de Ouro e teve 11 nomeações nos prémios BAFTA e 10 nomeações para os Óscares da Academia.
Slumdog Millionaire é uma verdadeira explosão de energia positivas, mesmo deixando o espectador exposto ao terceiro-mundismo numa Índia industrializada. Danny Boyle soube aproveitar uma época de mudanças para promover o seu filme, uma das questões já mencionei acima, quando a Academia tem nomeado sempre a sua quota de filmes indie nos últimos anos e quando o mundo começa a entrar na dita era Obama, de expectativas positivas para o futuro.
O filme é montado com mestria invejável, logo desde o início em que os slumdog, os indesejáveis da sociedade indiana, procuram sobreviver entre lixeiras e bairros de lata, onde o imperialismo e o oportunismo reinam. Os registos documental, biográfico, cómico, dramático e romanceado confluem todos, à medida que vamos assistindo à evolução do filme e da vida do seu protagonismo.
A fotografia e montagem do filme são poderosas. Somos obrigados a engolir o terceiro-mundismo da Índia, que não passa apenas pela pobreza, mas pelo abuso de uma sociedade superior, inclusive dos media, tal e qual como poderia suceder (e sucede frequentemente) no nosso país ou num perto de nós. A banda sonora é um dos maiores argumentos promocionais ao filme, da autoria de A.R. Rahman, que recebeu três nomeações para o Óscar de Melhor Banda Sonora e Canção Original.
Slumdog Millionaire comoveu-me e surpreendeu-me, mas não me desarmou. É um dos mais surpreendentes filmes do ano, mas não consegue atingir o apanágio do melhor. Há qualquer coisa que lhe falta, ao mesmo tempo que nos parece completo. É o dilema entre o experimental e o standard, que acaba por criar a apoteose do consumismo e do telelixo, ao mesmo tempo que luta contra isso. É independente e oportunista ao mesmo tempo, deixando-nos na expectativa de um empurrãozinho.
Etiquetas: Crítica Cinematográfica
GRANDE filme!