Pisado por Tiago Ramos
em quinta-feira, 8 de janeiro de 2009 às 19:53. 
O cinema espanhol está na moda. Se no ano anterior a sua qualidade atingiu o seu limiar na forma de O Labirinto de Fauno, este ano foi com O Orfanato.
Com O Orfanato depressa se chega à conclusão que não é necessário que a premissa de um filme seja surpreendentemente inovadora, para se conseguir uma forma de sucesso e qualidade.

O Orfanato é uma película com uma grande intensidade ficcional, que envolve um mundo fantástico, a que o produtor Guillermo del Toro já nos habituou, repleta de segredos, crianças e até terror. É um thriller enigmático, que envolve Laura (Belén Rueda), uma mãe que regressa a uma casa que em tempos serviu de orfanato e onde ela própria viveu parte da sua infância, com o objectivo de o reabrir como um lar para crianças deficientes. No entanto, o seu filho (Fernando Cayo), começa a ter amigos "imaginários". O que à partida poderia parecer uma brincadeira de crianças, depressa leva Laura para um mundo de enigmas, mistérios e que a vão conduzir a uma verdade extremamente cruel e assustadora. Mais que um filme de terror, O Orfanato é um drama agudo, de uma mãe desesperada em procura da verdade e um retrato agonizante de uma terrível infância. Na realização, destacam-se sobretudo as câmaras, que envolvem o espectador e as personagens, dramatizando em pontos-chave a cena, tornando-a ainda mais realista.

O Orfanato segue a mesma temática de terror e fantasia, em que o cinema espanhol contemporâneo tem apostado, mas consegue ser, ainda assim, surpreendente e de qualidade. A componente sobrenatural, por exemplo, surge apenas como ponto de viragem do argumento e aí actua lindamente.
O Orfanato tem uma mensagem profunda de amor materno e a actriz espanhola Bélen Rueda monopoliza o argumento com uma mestria invejável e torna-se, assim a meu ver, o melhor desempenho do ano. O Orfanato venceu 30 prémios, de onde se destaca o Prémio do Fantasporto para Melhor Actriz e Melhor Realizador, inúmeros prémios Goya, entre outros.
Claramente um dos melhores filmes do ano.
Etiquetas: Crítica Cinematográfica
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