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Bolt

Uma aposta de Natal da Walt Disney, não tão icónica quanto outras, mas igualmente brilhante.

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Não é fácil para um estúdio combater a supremacia da Pixar ou da Dreamworks a nível de filmes de animação. Principalmente para os Walt Disney Studios, que foram arrasados por estas duas produtoras que ingressaram nesta área com super produções tecnicamente perfeitas, nos últimos anos. Bolt é um cão-actor, que participa numa das séries televisivas de acção mais conhecidas do país, na verdade, sem saber disso e acreditando que realmente é dotado de super-poderes. Quando Bolt é enviado acidentalmente para Nova Iorque, o cão terá de enfrentar uma aventura real atravessando o país até reencontrar a sua dona Penny. Pelo caminho, encontra dois dos mais improváveis companheiros: Mittens, uma gata vadia e muito inteligente e Rhino, um hamster viciado em televisão e que vive dentro de uma bola de plástico.
A Walt Disney conseguiu, com Bolt, criar um filme tecnicamente bem desenvolvido, com excelente utilização de cores vivas e brilhantes, com personagens diversas e bem elaboradas. Logo de início, o filme apresenta uma série de sequências de acção incomuns neste género de filmes, mas que facilmente convencem crianças e adultos.

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Por outro lado e apesar de Bolt não ser tão icónico quanto outras personagens de cinema como Nemo ou Wall-E, a verdade é que a personagem usa e abusa do carácter emocional. Afinal, poucos resistem a um cachorrinho (tal como é evidenciado em várias cenas do filme). No entanto e a meu ver, a personagem que mais brilha neste argumento e talvez, mais para os adultos do que para as crianças, é a gata Mittens. A personagem criada pela Walt Disney é sarcástica, mordaz e inteligente, algo que é raro nos filmes de animação; conseguindo até, em alguns momentos, ofuscar o vedetismo de Bolt. E ainda, Rhino é das personagens mais improváveis e tolas de sempre, como um hamster obcecado por televisão e séries.
O argumento de Bolt é muito inteligente, sendo por vezes mais difícil para as crianças compreenderem, mas tornando-se mais apelativo para adolescentes e adultos. O filme não se coibe de utilizar sarcasmo em muitas cenas, tal como de utilizar determinadas sátiras, para criticar diversos aspectos da sociedade. É o caso da crítica a Hollywood e aos produtores e agentes de cinema e televisão, que são apresentados por vezes, como sendo extremamente obcecados pelo lucro e pelas audiências, sem contar com o lado pessoal dos actores. A crítica também surge direccionada para os próprios espectadores e fãs de séries, obcecados por televisão.

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A nível vocal e tendo eu visto a versão portuguesa, ao invés da original, devemos elogiar mais uma vez o brilhante trabalho da equipa de dobragem portuguesa. Praticamente irrepreensível, a versão portuguesa é fantástica na tradução dos diálogos, com especial destaque para Sofia de Portugal (voz da gata Mittens) que consegue encarnar a personagem e até cantar em algumas cenas. Destaque ainda para o uso (já comum em outras produções) de sotaques e pronúncias de província e de outros sectores da sociedade, como foi o caso dos pombos "chungas".

Sendo esta, uma versão em 3D, o feedback que vos posso dar é positivo. Confesso que foi a primeira vez que experienciei algo deste género e apesar de acabar por ser mais cansativo para a vista (pelo menos para alguém que, como eu, não está habituada a usar óculos), mas que proporciona uma experiência divertida e em alguns momentos bastante mais realista.

Bolt não é uma obra-prima, mas apresenta-se como um dos melhores filmes de animação da Walt Disney e dos últimos anos.

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