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Mamma Mia!

Um dos filmes mais sobrevalorizados deste ano.

Mamma Mia! tinha muitos motivos para ser um bom filme: é baseado num dos musicais de mais sucesso do mundo com os sucessos dos ABBA como pano de fundo e possui um pequeno núcleo de grandes actores. Mas isso não chegou.

Mamma Mia! além de ser título de uma música dos ABBA , é também o título de um musical de teatro de Phyllida Lloyd. E à partida, pela constatação da realização deste filme, Phyllida Lloyd agarrou-se, mais do que era esperado, à teatralidade do argumento e isso, nem sempre resulta no cinema, tal como aconteceu neste caso. É um filme divertido, confesso, mas chega a roçar o ridículo, mais vezes do que o aceitável.

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O que efectivamente chama à atenção e o que leva o musical a ser um dos maiores sucessos do ano e talvez o futuro maior sucesso de sempre em Portugal é o culto dos ABBA. Sendo um dos maiores fenónemos de sempre, os ABBA tiveram o seu boom nos finais da década de 70, início da década de 80, logo é perfeitamente compreensível que em Portugal, com uma população activa a rondar os trinta e os quarenta anos, tenha tido uma grande aceitação. E sendo o blockbuster que é, acabamos por ter de nos limitar ao entretenimento. Afinal, os eternos sucessos da banda são facilmente contagiantes e se não gostarmos de Mamma Mia! pelo conteúdo, pelo menos que gostemos pela banda sonora.

Mamma Mia! possui um bom elenco. Meryl Streep é de todos eles, a que mais se destaca, não só devido à importância da sua personagem, mas sobretudo devido à sua interpretação. Foi extremamente surpreendente a sua capacidade vocal, que não se fica atrás de algumas profissionais e a forma como interpretou as canções dos ABBA. Contudo, a interpretação de Donna Sheridan não foi das mais fantásticas da carreira da actriz, precisamente pelo histerimo associado à personagem e à caricata situação em si.

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Do elenco masculino, sobressai-se Colin Firth, num papel extremamente cómico; a desilusão reside na interpretação de Pierce Brosnan cujos dotes vocais não andam nos seus melhores dias (mas isso não podemos exigir mais), mas sobretudo porque não se consegue distanciar da atitude típica de galã dos filmes de James Bond. Dos mais novos, destaca-se a interpretação de Amanda Seyfried, que apesar de ter um papel bastante infantilizado a meu ver, surpreendeu também pelo à vontade e pela qualidade vocal; contudo, Dominic Cooper deu-nos a pior prestação de todo o filme, com uma personagem monótona e uma interpretação patética.

Acima de tudo, a impressão que fica é que a narrativa cansativa de Mamma Mia! foi sobrevalorizada por saudosismos.

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