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Juno

Uma comédia dramática amadurecida e surpreendentemente inteligente.

Juno foi aclamado como uma das grandes revelações do cinema, em 2007. Provavelmente agora percebo o porquê. Juno fez a mesma coisa com o cinema de comédia, que Miss Little Sunshine fez um ano antes. Juno é uma retrato sobre figuras típicas americanas, contudo sem ser comercial e imbecil. O filme é despretensioso na forma como aborda o tema da adolescência e da gravidez precoce, sem cair nos típicos clichés dos filmes americanos.

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Juno mereceu garantidamente o Óscar de Melhor Argumento Original e isso é devido à escrita de Diablo Cody. Diablo Cody teve uma estreia de ouro, com uma apresentação irreverente e, ao mesmo tempo, consistente. Juno é sofisticado e independente, algo que é difícil actualmente. De uma forma subtil e inteligente, facilmente largamos os conceitos estereotipados da gravidez na adolescência e comovemo-nos, sem recorrer à "lamechiche" banal de outros argumentos. Este argumento original não cai nas tendência moralistas actuais, nem tenta abordar a ética das barrigas de aluguer, do aborto ou da adopção. Não, nem sequer tenta e nisso está de parabéns.

Jason Reitman deve ser parabenizado também pelo seu trabalho na realização do filme. Juno é um filme de adolescentes, extremamente genuíno, onde Reitman revela maturidade no desempenho atrás das câmaras.

Não podemos, contudo, excluir a prestação da jovem Ellen Page. A actriz releva grande carisma, no desempenho de uma personagem difícil, como o de uma adolescente grávida, escapando aos modelos redutores da sociedade. Ellen Page apresenta uma singela interpretação, conseguindo ser, ao mesmo tempo, irreverente e doce. Outra surpresa do elenco é Michael Cera, na interpretação de um jovem, que aparenta ser um qualquer conhecido jovem na adolescência. Uma mente complexa e tímida: Michael Cera consegue-o ser parecer estúpido.

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Contudo, a história é centrada em Ellenn Page e a sua interpretação consegue ofuscar a presença de grandes figuras, como Jennifer Garner, que mesmo assim, consegue fugir ao padrão que estávamos acostumados a ver em A Vingadora.

Juno é arrebatadoramente inteligente e ganha pontos pelo facto de ser experimental, num género cómico-dramático ainda pouco explorado.

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