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10.000 A.C.

Excelente marketing, péssimo argumento. É a primeira coisa que me vem à cabeça quando penso no filme 10.000 A.C..

Numa tribo pré-histórica, ficamos a conhecer D’Leh (Steven Strait), um rapaz cujo pai é considerado um traidor, por ter abandonado a tribo num momento de grande necessidade. Este facto fez com que D'Leh se tornasse uma pessoa com um grande carácter e com um grande espírito de liderança. Mais uma vez, a sua tribo vê-se numa situação complicada e, desta vez, cabe a D’Leh, a difícil missão de assumir a liderança e salvar a sua tribo da extinção.

Emmerich é o tipo de realizador de blockbusters, no entanto isto não é sinónimo de qualidade. Mais uma vez, o aspecto visual é o grande atractivo do filme, com grandes efeitos e a representação praticamente realista de animais pré-históricos e paisagens atractivas a fazerem as delícias dos fãs. No entanto, muita coisa fica a desejar.

Podemos começar pelo argumento. O guião de 10.000 A.C. é cliché, aproximando-se de algumas cenas de Apocalypto, 300 e Matrix Reloaded. Por outro lado, o elenco escolhido não consegue uma representação satisfatória, muito também por culpa dos fracos diálogos. Apesar de supostamente estarmos em 10.000 antes de Cristo e de os humanos ainda terem uma forma rudimentar de construção frásica, se Emmerich optou por os colocar a falar um inglês correcto, pelo menos que lhes desse diálogos interessantes. O guião do filme é bastante fraco, nem nos dá uma informação correcta sobre como foi a época.

É claro que o filme é ficção nem pretendia ser um documentário fidedigno da época, mas 10.000 A.C. apresenta erros demasiadamente gritantes. Um deles é a caracterização: para um povo pré-histórico, todos eles apresentavam uma dentição e um nível de higiene elevado.

Os erros históricos são outra constante. Na era paleolítica, os seres humanos não tinham uma rede tão organizada a nível social, nem uma uma utilização tão funcional dos metais, como o que é apresentado no filme, pois isso só veio a acontecer cinco milénios depois. Outro erro são as imprecisões geográficas. É impossível que um povo de origem oriental morasse tão perto de outro com aspecto caucasiano e olhos azuis e logo de seguida D’Leh montasse um exército de pessoas africanas, descobrisse a nascente do Nilo e se encontrasse com os egípcios, cujo reinado nem remonta àquela época. Por outro lado, era impossível que num raio geográfico tão curto, se encontrasse um local montanhoso e gelado, uma floresta de aspecto tropical e um deserto.

10.000 A.C. é um filme vistoso a nível visual, mas sem nada de novo a apresentar. 10.000 A.C. tem dos argumentos mais incongruentes que já vi, muito aquém dos anteriores filmes de Emmerich, que nem chega sequer para entreter o espectador.

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1 Comentário(s) “10.000 A.C.”

  1. # Blogger Cássio Augusto

    Acabei de ver o filme... e estava procurando no Google comentários sobre os erros históricos... que são realmente... gritantes!!!  

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