Noiserv – FNAC Santa Catarina, Porto
1 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em sábado, 31 de janeiro de 2009 às 15:46.

Foi meramente por acaso que ouvi o trabalho de David Santos, mais conhecido nas lides musicais por Noiserv. No dia 24 de Janeiro de 2009, o artista deu um showcase na FNAC Santa Catarina, do Porto.
One Hundred Miles From Thoughtlessness é um nome complexo para um álbum de canções. A sonoridade remete-nos para isso mesmo. São cantigas criadas num ambiente sombrio e intimista, que exige auto-reflexão. Noiserv é alternativo e acústico, com uma vertente indie, a que consigo rapidamente assemelhar ao experimentalismo de David Fonseca.
David não tem uma presença segura, mas abstrai-se à medida que disseca cada som e cada expressão das suas canções em bonitos momentos melodiosos. No seu trabalho, Noiserv faz-se valer de caixas de música, pequenos ruídos mundanos, sintetizadores e xilofones, que exibem a cada nova canção o retrato do seu autor. Nota-se a honestidade com que o cantor revela todo seu âmago, com uma conotação lúgubre, que faz com que seja difícil o público não se emocionar.
David Santos é apenas um rapaz e é isso que traz a novidade e o divertimento da sua música. A espontaneidade e inocência estao lá, o talento também. Vale a pena estar atento a Noiserv.
http://www.myspace.com/noiserv
http://www.lastfm.com.br/music/Noiserv
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Etiquetas: Crítica Cinematográfica
Uma típica comédia americana, sem graça e que continua a perseguir Anna Faris com o estereótipo da "loura burra".
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Um intenso drama suburbano, com excelentes interpretações.
Foi provavelmente a maior das surpresas na nomeação para os Óscares deste ano. Revolutionary Road, contra todas as expectativas, apenas recebeu três nomeações, duas delas em categorias técnicas, mesmo depois de quatro nomeações importantes tanto nos Globos de Ouro como nos BAFTA, tendo ganho o Globo de Ouro para Melhor Actriz, pela interpretação de Kate Winslet. Revolutionary Road foi trocado, em preferências, por The Reader, outro filme que conta com o protagonismo de Kate Winslet. Enquanto The Reader não chegar ao nosso país, nunca saberemos o porquê, mas Revolutionary Road será das melhores adaptações dramáticas dos últimos anos.
Baseado no romance homónimo de Richard Yates, Revolutionary Road, realizado por Sam Mendes (Beleza Americana) revela uma intensa carga dramática como há muitos anos não se via no grande ecrã. Um jovem casal atingido pelo conformismo dos subúrbios de Connecticut, durante os anos 50, tenta superar os seus problemas familiares, enquanto tentam criar os filhos de uma forma digna, ao mesmo tempo que tentam fugir das convenções típicas da sociedade da época.
Revolutionary Road será dos argumentos mais sombrios escritos acerca do casamento e juntar o eterno par romântico Leonardo DiCaprio e Kate Winslet no mesmo filme, aparentemente provocaria um suicídio cinematográfico. Surpreendentemente não foi isso que aconteceu. O filme é capaz, simultaneamente, de nos fazer sorrir, como de nos revoltar as partes interiores. Balança entre o inconformismo e a fantasia, passando pelo adultério e pelo o aborto, com tal componente dramática bastante activa.
A realização, os planos estáticos de algumas cenas, tudo isso contribui para transmitir respeito pelo filme. Sam Mendes, depois do grande sucesso de Beleza Americana e Road to Perdition, arrisca-se a criar um novo fenómeno de culto, desta vez das mentes mais literatas. O argumento não é claramente inovador, mas tratando-se de uma adaptação fiel ao original, era impossível que isso acontecesse, portanto coube aos protagonistas dar um grande impulso ao mesmo.
É impossível dizer qual dos dois esteve melhor: se Kate Winslet, se Leonardo DiCaprio. Kate Winslet tem aqui uma das suas melhores interpretações de sempre e se, foi nomeada pela sua interpretação não por Revolutionary Road, mas sim por The Reader, leva-nos a crer que o seu papel romperá os limites da perfeição. Winslet demonstra um tremendo à-vontade em grande maioria das cenas (desculpem-me os anti-tabagistas, mas as cenas em que a protagonista fuma um cigarro são de extrema sensualidade). O dramatismo que consegue imprimir a April Wheeler confirma Kate Winslet como uma das mais versáteis actrizes da actualidade.
Por sua vez, Leonardo DiCaprio consegue, a dada altura, roubar o protagonismo de Kate, revelando a sua maturidade e crescimento a nível profissional. A sua personagem Frank Wheeler é burocrática, complexa, rodeada entre o inconformismo e o conformismo e merecia mais a nomeação que Brad Pitt. Ao mesmo tempo, a grande surpresa surge do lado de Michael Shannon, com uma personagem alienada da sociedade, vítima de aparente insanidade, mas que revela uma sabedoria incomum, tornando-se uma figura emblemática do filme e que lhe valeu a nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário.
A banda sonora de Thomas Newman, foi infelizmente afastada dos Óscares, mas consegue despoletar o intenso descoforto que é assistir ao filme. Não de uma forma negativa, mas conforme já mencionado, o filme consegue a proeza de nos revolver as entranhas e isso é de elogiar numa longa-metragem.
Revolutionary Road não é um filme que se veja todos os dias, é necessário reunir uma enorme quantidade de pré-condições visuais para se conseguir avaliar todo o conjunto. Vê-se uma vez, deixa-nos revoltados com tremendo dramatismo e deixa-nos a admirá-lo ao longo dos anos.
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O Estranho Caso de Benjamin Button
5 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em terça-feira, 13 de janeiro de 2009 às 17:36.

"Nasci sob circunstâncias pouco usuais". Este é o mote para a história de Benjamin Button, um homem que nasce com cerca de 80 anos e, à medida que os anos vão passando, começa a rejuvenescer. O Estranho Caso de Benjamin Button é tão pormenorizado, que tenho medo de não conseguir comentá-lo à altura.
O filme brilha desde logo pelos ambientes cénicos e pela caracterização. Se à partida parecia demasiado fantasioso imaginar algo semelhante, a verdade é que somos levados a acreditar que rejuvenescer, em vez de envelhecer, é verosímil. O processo de caracterização do actor Brad Pitt é pormenorizado e completo, salvo alguns erros menores. A história é contada a partir de Nova Orleães, no fim da I Guerra Mundial em 1918, passando pela II Guerra Mundial, Guerra Fria, até ao século XXI. David Fincher consegue realizar essa tarefa que, à partida, nos parecia megalómana, sendo fiel aos factos históricos, incluindo cenários, trajes, comportamentos...
O trabalho do realizador é intemporal, arriscando tornar-se um grande clássico da história do cinema. A construção do filme e do argumento de Eric Roth e Robin Swicord é feita de forma a que o mesmo se assemelhe a uma biografia, narrada pelo próprio, desde o nascimento até à morte. O interessante é que apesar de ser o filme mais completo que vi até ao momento e apesar das fascinantes personagens, histórias e acontecimentos paralelos, tudo se complementa e destaca o personagem principal.
O Estranho Caso de Benjamin Button é o mais bonito romance que já alguma vez vi. Eu confesso que bem tentei encontrar erros crassos, algo que deitasse por terra todo o destaque dado ao filme, mas não consegui. Está lá tudo e muito bem feito. Desde os cenários e caracterização (já mencionados), bem como a banda sonora, as interpretações, direcção artística e fotografia.
Ao plano das interpretações secundárias, surge o brilhantismo de Taraji P. Henson. Queenie é a mãe adoptiva de Benjamin Button, se assim lhe quisermos chamar e que tem uma grande importância no argumento, à qual Taraji conseguiu imprimir todas as qualidades desejáveis. Por outro lado, a surpresa cai também em Tilda Swinton, vencedora do Óscar de Melhor Actriz Secundária em 2007, por Michael Clayton. O papel desempenhado pela actriz é portentoso, de uma mulher surpreendentemente interessante e que suportaria, por si, um único argumento a si dedicado. Uma nota também para Julia Ormond, cuja presença por si só já é de elogiar.
O único ponto que em princípio poderíamos negativizar seria a duração do filme, afinal são quase três horas de acontecimentos, histórias e épocas, que quase nos impedem de respirar, com medo de perdermos algum pormenor importante. Contudo, nem isso se torna negativo. Compreende-se logo que a duração assim o é porque não havia outra forma de o fazer sem diminuir a qualidade do argumento.
Não percam sobretudo as sequências finais, que são de extrema emoção, capazes de levar o espectador mais insensível às lágrimas.
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Uma sequela de um franchise que se estende para além do devido. No entanto, acaba por se tornar mais consistente que as anteriores.
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Este conta a história de uma aristocrata inglesa, Lady Sarah Ashley (Nicole Kidman), cujo marido, desesperado por arranjar dinheiro, foi para a Austrália, onde preparou a venda do seu último bem: uma quinta de gado, “Faraway Downs”. Suspeitando dos seus planos, Sarah vai para lá, com destino a Darwin.

No entanto, não é recebida pelo marido, mas por um vaqueiro interpretado por Hugh Jackman. Na viagem para "Faraway Downs" Sarah e o vaqueiro revelam uma profunda e mútua antipatia. No mesmo dia em que chega à quinta, Sarah é informada que o marido foi assassinado perto do rio. Após uma inesperada mudança nos acontecimentos, Nullah (Brandon Walters), uma criança aborígene encantadora, surge, de repente, na vida de Sarah. Nullah revela a Sarah que nem tudo é o que parece: o cruel responsável pela quinta, Neil Fletcher (David Wenham) tem uma parceria secreta com o maior proprietário de gado, King Carney (Bryan Brown), e juntos conspiram para ficar com suas terras. A partir daqui, desenrola-se uma história emocionante com um fim esplêndido.

O início da Segunda Guerra Mundial, os bombardeamentos, a instabilidade e os direitos dos aborígenes são apenas alguns temas que surgem com enorme força ao longo do filme. Australia é a mais cara produção cinematográfica do país e é, sem dúvida, um filme que marca. Não é apenas uma lindíssima história de amor; é também um grande pedaço de magia e de História e de direitos humanos. Vale mesmo a pena vê-lo!
Aqui fica o trailer:
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Georgiana, The Duchess of Devonshire: Oh, let them talk!
The Duchess (2008)
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