Terceiro Livro de Crónicas – António Lobo Antunes
2 Comentário(s) Pisado por Tiago Ramos em domingo, 30 de dezembro de 2007 às 13:29.
Já aqui publiquei algumas das crónicas de Lobo Antunes e os que me conhecem sabem a minha devoção pela forma como escreve e como isso influi na minha própria escrita.
A escrita de Lobo Antunes é densa e por vezes pouco fácil de ler, porque há mudanças constantes de narrador, um sentido de paranóia comum e um diversidade linguística estrondosa. Os seus livros de crónicas são sempre uma lufada de ar fresco para quem não aprecia tanto a sua escrita. Publicadas desde os anos 90 no jornal Público, as suas crónicas mais recentes podem ser lidas quinzenalmente na revista Visão.
O seu Terceiro Livro de Crónicas reúne algumas das que escreveu em 2002-2004 e torna-se sempre interessante observar como os seus múltiplos registos, a diversidade das pequenas histórias contadas, o virtuosismo, a arte de levar o leitor do sorriso à emoção extrema, fazem, por um lado, com que estas crónicas se leiam com uma enorme facilidade, e, por outro, que sejam um tema muito curioso para um exercício: ver até que ponto se distanciam, e, por vezes, se aproximam, dos livros.
Uma leitura aconselhada (como também os seus outros dois livros de crónicas) e imperdível.
Ajuste de Contas – Crónica de António Lobo Antunes
A escrita de Lobo Antunes é densa e por vezes pouco fácil de ler, porque há mudanças constantes de narrador, um sentido de paranóia comum e um diversidade linguística estrondosa. Os seus livros de crónicas são sempre uma lufada de ar fresco para quem não aprecia tanto a sua escrita. Publicadas desde os anos 90 no jornal Público, as suas crónicas mais recentes podem ser lidas quinzenalmente na revista Visão.O seu Terceiro Livro de Crónicas reúne algumas das que escreveu em 2002-2004 e torna-se sempre interessante observar como os seus múltiplos registos, a diversidade das pequenas histórias contadas, o virtuosismo, a arte de levar o leitor do sorriso à emoção extrema, fazem, por um lado, com que estas crónicas se leiam com uma enorme facilidade, e, por outro, que sejam um tema muito curioso para um exercício: ver até que ponto se distanciam, e, por vezes, se aproximam, dos livros.
Uma leitura aconselhada (como também os seus outros dois livros de crónicas) e imperdível.
“Tenho saudades de irmos de automóvel para Nelas. Tenho saudades de patinarmos no Benfica. O Nuno, aos três anos, com uma peritonite
- Eu vou morrer e quero o meu paizinho.
Isto nunca esqueci. Ia morrer
(foi um milagre não ter morrido)
e queria o paizinho dele. Sempre que lembro esta frase comovo-me tanto:
- Eu vou morrer e quero o meu paizinho
esta frase e a cara de sofrimento do meu irmão. Foi graças a si que ele não morreu. Foi graças a si que não morri da meningite. Não pense que me esqueço. Não esqueço. Paizinho.”
Ajuste de Contas – Crónica de António Lobo Antunes
Etiquetas: Crítica Literária
A minha mãe trabalhou muitos anos em Nelas ^^
Deve ser interessante : ) *
:) Este é só o exemplo de uma frase da última crónica.
Este livro de crónicas assenta em temas variados, desde a infância do autor até a temas fictícios.
É muito interessante! ;D