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As Rosas de Atacama

Foi o primeiro livro de Luís Sepúlveda que li, meramente por acaso, desconhecendo totalmente a sua biografia, qualquer obra sua ou o modo de escrita. Não fiquei desiludido.

É um livro diferente de todos os outros que já li, principalmente porque não é um romance de ficção apenas. Pelo contrário, em Sepúlveda, a realidade supera sempre a ficção.  Os relatos, sempre curtos, são lembranças e homenagens a homens, mulheres e até ao seu gato Zorbas. São relatos de vida, de dignidade humana, valores ecológicos e de exotismo, em muitas das suas viagens.

Sepúlveda revela-se um excelente contador de histórias em que retrata a vida daqueles que, no seu anonimato, ajudaram, ajudam e ajudarão a construir o verdadeiro rosto da História.

A primeira história, que serve de mote ao livro, fala-nos de uma inscrição que o autor encontrou gravada numa pedra, no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, onde se lê: «Eu estive aqui e ninguém contou a minha história». Pois bem, é isto que o autor se propõe a fazer.

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