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Nome de Código: Cloverfield

Cloverfield foi dos primeiros filmes a empenhar-se num sub-género específico: a perspectiva de uma câmara amadora. Talvez esse seja o seu único grande interesse.
Nome de Código: Cloverfield já estreou em Janeiro 2008 no nosso país e foi um sucesso de crítica e bilheteira.
J. J. Abrams, criador de séries de sucesso, apresentou-se como um excelente produtor deste filme envolto em secretismo e engrandecido com fantásticas campanhas de marketing. Aliás, muito do argumento reflecte conceitos e potenciais já revelados pelo produtor, em séries como Alias, Lost e a recentíssima série Fringe.


Pode-se considerar que Cloverfield ressuscitou o género "filmes de monstros", acabando por copiar o conceito Godzilla. Argumento à parte, o conceito (inovador ou não) é a parte mais interessante do mesmo e nisso Matt Reeves tem um papel preponderante. Reeves incentiva o género filme amador, trazendo-nos perpsectivas exteriores às comuns, essencialmente a do cameraman, que nunca acaba por focar o monstro em pleno, ao contrário do muitas vezes desejado. E é nisso que assenta a curiosidade do filme.

Os primeiros vinte minutos, meia-hora de filme são o grande ponto fraco do mesmo. Apesar de se compreender que era necessário um enquadramento a nível humano e social, acaba por se tornar num filme que não exige grande reflexão além do componente visceral e apocalíptico que nos é apresentado. As memórias captadas pela handycam acabam por se tornar, no início, uma espécie de revivalismo ao cenário do 11 de Setembro e nesse sentido, sensibilizam o espectador.


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Contudo, o filme acaba por não nos trazer nada de novo. Além de um punhado de sequências de suspense interessantes e do facto de nos pôr no lado dos protagonistas, sem saberem mais do que é revelado (ao contrário da maioria dos filmes, não tem uma narração omnisciente), assenta na banalidade.

Um dos pontos a favor serão mesmo, após os créditos finais, da fantástica peça musical da autoria de Michael Giachinno e da perspectiva de uma sequela, assente no ruído que se ouve "It’s still alive" . O que nos mostra isto? A sequela assentará na perspectiva de outrem, num dos muitos personagens que corria com câmaras e telemóveis? Trará pontos de vista mais informados? Resta-nos esperar.

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The L Word - Primeira Temporada


The L Word é das séries dramáticas mais despudoradas dos últimos anos. Estreada em 2004, a história gira em torno de um grupo de amigas lésbicas e tudo o que isso implica.
A Letra L (como é conhecida em Portugal) apresenta um argumento absolutamente genial no que toca a relações humanas. Sem preconceitos e pudores, é-nos colocado o dilema da bissexualidade, das relações lésbicas entre amigas, do preconceito e das relações a três ou mais, entre outros.
Interpretações excelentes a de Karina Lombard (que interpreta Marina, uma mulher tremendamente sensual, culta e austera que faz outra personagem “sair do armário” e acabar com o seu noivado) e Mia Kirshner (que faz de Jenny, uma escritora, com cenas absolutamente fantásticas e que tem as suas primeiras relações lésbicas).
Katherine Moening (Shane) é das personagens mais interessantes de toda a série, mas que nesta temporada não um papel assim tão relevante. O seu principal forte enquanto personagem é a constatação das relações promíscuas e sem compromissos, entre algumas lésbicas.
De todos os episódios desta primeira temporada, o melhor é o último (1×13), que nos apresenta tão bem a dualidade de reacções/atitudes entre Tina (Laurel Holloman) e Bette (Jennifer Beals) [dominadora/dominada] e a enorme tensão sexual existente entre Bette e Candance (Ion Overman), que transfigura a relação entre o casal anterior.
Definitivamente uma série genial nas metáforas e nos conceitos que apresenta.

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Não te Metas com o Zohan

Uma sátira à Mossad, que cai no exagero de tão disparatada.

Adam Sandler (Mr. Deeds e A Minha Namorada Tem Amnésia) prometia juntar mais uma boa comédia à sua lista. Não é que o filme You Don’t Mess with the Zohan tenha sido uma má ideia para um filme (pelo contrário), mas talvez não tenha sido de todo bem concretizada.

Não te Metas com o Zohan conta a história de um contra-terrorista israelita (com poderes ridiculamente sobre-humanos), que cansado da guerra, finge a sua morte e foge para os Estados Unidos da América para seguir o seu sonho de ser cabeleireiro. Sob o nome falso de Scrappy Coco, consegue emprego num cabeleireiro palestiniano, onde aprende a viver o chamado Sonho Americano.

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O filme assenta na premissa do politicamente incorrecto e nisso fá-lo bem, contudo acaba por satirizar o conflito israelo-palestiniano, com tantas piadas estereotipadas (e por vezes privadas) que acaba por prejudicar o seu próprio impacto junto do público. Dennis Dugan consegue, ao mesmo tempo, amenizar todo o impacto negativo que essa sátira poderia trazer no interior da comunidade referenciada, pela lição moral que no fundo transporta: a paz e o convívio harmonioso entre todos.

Em jeito de conclusão, You Don’t Mess with the Zohan é o típico filme “mais olhos que barriga”: proclama mais do que realmente mostra. O filme acaba por cair na repetição e privilegia o humor banal, com demasiadas piadas de cariz sexual, que chegam a cansar o espectador. Um argumento descontraído, mas claramente vulgar.

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Futurama: The Beast with a Billion Backs

Mais uma vez, neste segundo filme da série Futurama, tudo não passa de um grande episódio. Infelizmente, o argumento cai na repetição.

Futurama: The Beast with a Billion Backs é o segundo filme produzido após o cancelamento da série em 2003. O argumento gira em torno da tripulação da Planet Express que, desta vez, precisa reconstruir a paz entre o seu universo e outro, habitado por um extra-terrestre com tentáculos do tamanho de um planeta. Usando os seus poderes, o alienígena controla Fry, a ponto de ele se tornar o líder de uma religião que convence as pessoas a abandonar a Terra e a mudarem-se para um pseudo-paraíso celestial, deixando o planeta Terra para os robôs.

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A parte positiva deste segundo filme é que faz ligação com o primeiro (Futurama: Bender’s Big Score), a ponto de explicar o que aconteceu depois de se ter criado uma enorme fissura no Universo, depois das longas viagens de Bender através do tempo.

A parte negativa é a repetição. Futurama: The Beast with a Billion Backs torna-se menos interessante que o primeiro filme, acabando por se tornar um episódio gigantesco da série. Pontuado por algumas (poucas) piadas geniais, o humor demora a interiorizar-se no espectador, com demasiadas piadas internas, referente aos criadores da série. Estas contínuas auto-referências acabam por sufocar o argumento e todas as outras piadas inteligente, levando o espectador à exaustão ao fim de meia-hora de filme.

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Estará Matt Groening a cair nos mesmos erros que levaram ao cancelamento da série?

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Micro Audio Waves - Cinema Batalha, Porto


Os Micro Audio Waves são já um caso de sucesso no panorama da música nacional e internacional. um ano de agenda bastante completa, a banda composta pela vocalista Cláudia Efe, o guitarrista Flak (Rádio Macau) e Carlos Morgado (mais dado à componente digital) deu um concerto@optimus no dia 5 de Setembro , no Cinema Batalha, Porto.
Conhecia muito pouco da banda, limitando-me apenas ao conhecimento de uma ou duas músicas mais célebres. O auditório acolhedor recebeu a banda pouco mais tarde que a hora marcada, com Cláudia vestida de uma forma retro, apresentado a sua imagem de marca: vestuário vermelho, contrastante com a sua farta cabeleira loura. O impacto foi forte pois a postura que apresenta em cima do palco é bastante ousada, energética e ao mesmo tempo melancólica, invadindo todos numa onda muito alternativa e electrónica.
Tirando algumas músicas que não me renderam ao som, por vezes alucinado, da banda, os Micro Audio Waves deram um bom concerto dentro do género. Foi difícil, a início, convencer o público. Contudo e muito devido a músicas como Down by Flow (vencedora do prémio Qwartz, para melhor música de dança) e Shadow of Things, o público rapidamente se animou.
Micro Audio Waves apresenta um som direccionado para várias vertentes e, apesar de lhes podermos atríbuir o “rótulo” de rock alternativo, experimental e electrónico, será limitado devido à diversidade de géneros e temas que se cruzam no seu trabalho. O som da banda é rico e diverso, dentro do género electrónico, permitindo aos fãs, uma grande aceitação do mesmo.
O concerto primou pela diferença e além do trio inicialmente referido, a banda também contou com Francisco Rebelo no baixo e Fred na bateria. Os Micro Audio Waves convidaram para abrilhantar a noite, nomes de prestígio a nível nacional como DJ Ride, The Legendary Tiger Man e Rui Reininho.
Um dos pontos altos da noite foi quando a banda tocou uma cover dos velhinhos Suicide, juntamente com The Legendary Tiger Man e a ritmada Fully Connected (a minha preferida) com o sempre bem disposto e homem de espectáculo, Rui Reininho.
Uma noite alucinante e algo curiosa, mas um som que não é de todo de se descartar, tanto que os temas do albúm gravado em estúdio, não soam nada mal. Certamente, um projecto que crescerá dentro do género.

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WALL-E

WALL-E é o mais recente filme da Pixar, à qual pertence o sucesso de outros filmes de animação como Toy Story (1995), Uma Vida de Insecto (1998), À Procura de Nemo (2003), The Incredibles (2004), Carros (2006) e Ratatui (2007).
A história é completamente diferente de todas as histórias dos filmes de animação: WALL-E pretende transmitir uma mensagem urgente de salvação do nosso planeta.
Há 700 anos, os humanos abandonaram a Terra porque esta perdeu os requisitos para conter matéria viva. Para trás, ficou apenas WALL-E, um pequeno robô muito curioso cuja função é fazer cubos de lixo. WALL-E sente-se sozinho até ao dia em que chega a bela Eve, uma robô muito sofisticada que tem uma missão muito especial: averiguar se as condições na Terra já voltaram, entretanto, a ser propícias ao seu "re-povoamento". WALL-E fica encantado com Eve - no fundo, vê nela uma luzinha forte de amizade -, mas a missão da robô ainda não tinha terminado e, por isso, esta teve de voltar ao Espaço para contar aos humanos que a hora pela qual há tanto esperam pode estar perto. WALL-E, no entanto, não desiste e persegue Eve pela galáxia, numa divertida aventura.


Este é mais um filme de sucesso da Pixar que, pessoalmente, nunca me desiludiu - a Pixar tem muito para dar e fez, até agora, um trabalho formidável, preocupando-se não só com os aspectos gráficos mas também com as mensagens a transmitir. A história de WALL-E é bastante forte: afinal, hoje em dia, as mensagens ambientais nunca são demais.


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