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Tiago Bettencourt & Mantha - Noites Ritual Rock, Porto


No dia 29 de Agosto foi o primeiro dia da edição de 2008 das Noites Ritual Rock, já típicas na cidade do Porto. Apesar de outras bandas que integraram o cartaz do primeiro dia, o único concerto a que assisti foi o de Tiago Bettencourt & Mantha.

O público era bastante ecléctico e pouco participativo ou não fosse este um festival gratuito no Porto. Contudo, este facto não impediu Tiago Bettencourt de dar um concerto energético, dando grande uso à sua guitarra eléctrica. Quase todos os temas tocados foram do seu álbum a solo, O Jardim, com especial referência para O Labirinto ou Os Dois. Pontuado com alguns problemas técnicos, o concerto correu sem grande participação do público a não ser algumas palmas “espontâneas” quando Tiago tocou O Labirinto, um tema mais ritmado. Um dos pontos altos do concerto foi quando tocou a bonita música O Campo, ao piano, com direito a um solo de guitarra de Tiago Maia.

Surpresas foram poucas neste concerto, que acabou por ser bastante curto em termos de alinhamento, mas os fãs de Tiago Bettencourt e dos Toranja tiveram ainda direito ao tema Laços (que levou a alguma euforia por parte do público) e o tema Fome (Nesse Sempre), com a participação especial de Sam The Kid e do seu já comumente conhecido improviso.

Um concerto fraco, especialmente devido ao público em questão e não à prestação de Tiago Bettencourt e dos Mantha.

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Get Smart - Olho Vivo

Dificilmente superará a originalidade da série Olho Vivo e, mesmo estando longe de ser uma obra-prima, o filme consegue cumprir o fim a que se propôs: entreter o público.

Get Smart - Olho Vivo é baseada na série de sucesso dos anos 60, com título homónimo e conta a história da eterna batalha entre a CONTROL (sede da agência de espiões americanos, aparentemente extinta) e a KAOS (sindicato do crime organizado).

Steve Carell (The Office, Little Miss Sunshine) surge agora no panorama do cinema de comédia como o homem do momento, satirizando a si próprio e, neste caso, os filmes de espionagem. Carell encontra neste remake a oportunidade de se igualar a Don Adams, já falecido, que interpretava o agente Maxwell na série original.
Anne Hathaway (O Diário da Princesa, O Diabo Veste Prada), mais uma vez dá provas da sua versatilidade e apesar de se manter no típico registo de cinema de comédia, consegue trazer algo de novo, numa mulher aparentemente implacável, mas que, por debaixo dessa aparência, revela uma mulher doce.

Peter Segal, que já traz no seu currículo filmes como A Minha Namorada Tem Amnésia, mostra porque é especialista em comédias. É verdade que Get Smart - Olho Vivo não nos traz nada de novo, mas esse também não era o seu objectivo. Assente nos clichés de sempre, nas piadas comuns, fáceis e básicas, Get Smart consegue, contudo, arrancar gargalhadas do público e entretê-lo. E isso, nos tempos que correm, já não é fácil.

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Fazes-me Falta - Inês Pedrosa


Fazes-me Falta é o segundo livro que leio da autora Inês Pedrosa. Sendo que o primeiro foi o Fica Comigo Esta Noite, não posso negar que este segundo livro é muito mais profundo e inteligente que o anterior.

Fazes-me Falta não possui uma escrita fácil. A cada palavra escrita ponderamos no seu significado, na profundidade com que cada palavra é proferida. Inês Pedrosa conta uma história a duas vozes, uma espécie de diário íntimo, escrito na primeira pessoa, num bonito romance sobre o conflito morte/vida e também sobre o Amor (seja ele de que género: amor-amizade, amor-fraterno, amor-erótico).

Fazes-me Falta chega a roçar o limiar da poesia. É uma escrita que vagueia, que limita e condiciona, mas ao mesmo tempo leva-nos a pensar se amamos realmente as pessoas quando ainda estão vivas.

Fazes-me Falta relançou Inês Pedrosa novamente para o panorama da literatura portuguesa. A ler.

Não importa o que se ama. Importa a matéria desse amor.As palavras são só um princípio.....Porque no amor os princípios, os meios e os fins são apenas fragmentos de uma história que continua para lá dela, antes e depois do sangue breve de uma vida. Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor.

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As Crónicas de Nárnia - O Príncipe Caspian

The Chronicles of Narnia: Prince Caspian é o segundo filme adaptado da famosa e eterna obra de fantasia de C. S. Lewis. O elenco principal é composto por Ben Barnes (Príncipe Caspian), Georgie Henley (Lucy Pevensie), Skandar Keynes (Edmund Pevensie), William Moseley (Peter Pevensie) e Anna Popplewell (Susan Pevensie).

Neste filme, precedido pelo O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005), os quatro irmãos Pevensie regressam a Nárnia um ano depois da sua primeira estadia, onde mergulham numa grande e perigosa aventura: passaram já 1300 anos narnianos. Durante a sua ausência, a Era de Ouro de Nárnia foi extinta, Nárnia foi conquistada pelos Telmarines e agora está sob o domínio do terrível rei Miraz.
As quatro crianças encontram imediatamente uma intrigante personagem: o herdeiro legítimo do trono de Nárnia, o jovem Príncipe Caspian, que fugiu e foi forçado a esconder-se, pois o seu tio, o rei Miraz, planeava matá-lo para dar o trono ao seu filho recém-nascido. Com a ajuda de um gentil duende, de um corajoso rato falante, de um texugo e do Duende Negro, os narnianos, liderados por Peter e Caspian, embarcam numa fantástica jornada para retirar Nárnia do domínio de Miraz e restaurar a magia e a glória da terra.
Para quem acompanha a obra de C. S. Lewis, para quem ficou encantado com a magia do primeiro filme ou mesmo para quem ainda não desfrutou desta maravilhosa saga, não ficará indiferente a este filme: aventura, magia e emoção estão garantidas! Uma adaptação fabulosa de mais um livro deste lendário escritor.


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The Gift - Maia Act Youth Festival, Maia

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Foi com muito gosto que, já sem ver os The Gift há três meses, depois de um grande espectáculo com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, fui à cidade da Maia, ao Maia Act Youth Festival, assistir ao seu grande concerto, no dia 25 de Julho de 2008.

Já o complexo de ténis da Maia se encontrava lotado, quando os The Gift subiram ao palco, com um dos públicos mais jovens que já vi em concertos deles. Depois de um concerto mais fraco por parte da banda que os antecedeu, o pavilhão ficou ao rubro quando as luzes se apagaram e se ouviram os primeiros acordes de La Folie.

Sónia Tavares entra em palco, vestida de forma informal, mas bonita, à semelhança de tantos outros espectáculos e deslumbra todos com a sua potente voz, em Actress. Uma das grandes surpresas da noite foi a inclusão de My Lovely Mirror no alinhamento, facto que já não acontecia há algum tempo. Nesta fase já todo o pavilhão estava rendido à sua energia extrema, mas tudo isto aumentou quando Sónia começou a tocar a célebre Fácil de Entender, que deu nome a esta tour. A partir daqui, todo o concerto foi constituído por grandes singles dos The Gift: uma decisão tremendamente inteligente, com um público que vai assistir a um concerto grátis e que, muitos deles, não conhecem a fundo a banda. Curiosamente, durante o refrão de Fácil de Entender, a Sónia pediu a todo o público que levantasse os telemóveis, apenas porque “as luzes são bonitas”.

Outra grande surpresa deste alinhamento, senão a maior de todas, foi a Pure, que sofreu uma alteração, com Tiago Dias (da banda The Room 74) a mostra o que vale no tambor. De seguida, outro single: Music. Dos temas mais conhecidos de todos, esta canção levou o público a cantar em uníssono e a ficarem rendidos, especialmente quando a conclusão da música tem um toque de reggae.

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Driving You Slow, 11.33, Question of Love e Ok! Do You Want Something Simple são outros singles que a banda tocou e pelos quais agarrou o público; especialmente porque esta última tinha um pouco do refrão de uma música de 50Cent, pelo que levou os mais novos a vibrarem com Sónia.

645, o novo single da banda, ainda não é conhecido do público em geral, mas todos concordamos que fornece um tremendo orgasmo musical e visual a todos. Também a mais electrónica, In Repeat (do álbum Lisboa) põe todo o pavilhão a dançar, especialmente com o final ao melhor estilo de Arcade Fire.

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Uma das músicas que mais deixa morrer o público no seu geral é Nice and Sweet (uma das músicas novas, incluída no álbum Fácil de Entender), mas que, nesta ocasião, deixou Nuno Gonçalves brilhar com o seu solo de guitarra eléctrica.

Por fim, outro grande momento da banda foi quando tocou a So Free (3 Acts), que acabou por deixar a grande maioria dos adolescentes absolutamente surpreendidos ao verem o instrumento de Nuno Gonçalves… o seu famoso theremin.

Além disso, os The Gift não nos podiam deixar com um toque diferente, ao divulgar uma outra preferência musical da banda. Sónia Tavares ficou com a sua voz plenamente enquadrada ao cantar o refrão de Enjoy the Silence, dos Depeche Mode.

Este foi um concerto muito divertido e tremendamente surpreendente a nível de alinhamento, especialmente neste tipo, conhecido como “concerto de terrinha”. Uma mostra do seu valor e energia.

Alinhamento:

- La Folie
- Actress
- My Lovely Mirror
- Fácil de Entender
- Pure
- Music
- Driving You Slow
- 11.33
- 645
- Ok! Do You Want Something Simple?
- Question of Love
- In repeat

1.º Encore:

- In Repeat
- Nice and Sweet
- So Free

2.º Encore:

- Music

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Ficheiros Secretos: Quero Acreditar

Dez anos depois, o aguardado filme de Ficheiros Secretos perdeu a genialidade da série de Chris Carter e lida mais com o pragmatismo do que com o oculto.

Ficheiros Secretos: Quero Acreditar leva-nos leva novamente para a relação complicada entre Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson), mas conduz-nos a direcções inesperadas. Mulder continua a sua inabalável missão pela procura da verdade e Scully, a cientista feroz e arrebatadoramente inteligente, mantém-se inexplicavelmente presa às procuras de Mulder.

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A cena inicial do filme, torna-se visualmente interessante, devido à presença de dezenas de agentes do FBI num enorme campo gelado e a uma personagem estranha (crucial para o desenvolvimento do argumento): o Padre Joseph Crissman (Billy Connolly), com um passado obscuro, mas que afirma ter visões concedidas por Deus. O filme cai no erro de se debruçar sobre temas que fogem um pouco à série, para desilusão dos fãs. Apesar de ser interessante o drama entre Fox Mulder e Dana Scully, que responde a algumas lacunas encontradas ao longo da série (entre os quais a sua relação amorosa e um eventual fruto dessa relação), o filme acaba por fugir ao previsto e torna-se mais num drama/thriller policial.

O enredo torna-se menos envolvente e assustador, pois aparenta ser uma eterna fuga à escuridão e obsessão em que Dana e Fox sempre viveram. Em vez de se focar na eterna dúvida da existência ou não de acontecimentos paranormais, o argumento foi escrito de forma a roçar o pragmatismo científico e a lógica policial.

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Das poucas cenas realmente interessantes (mas que são poucas para a fasquia a que Ficheiros Secretos nos habituais) encontra-se a descoberta de uma série de experiências bizarras realizadas por russos, que lidam com células estaminais e órgãos humanos. Nessa fase, Dana Scully, enquanto cientista e médica reconhecida, tem um papel essencial, mas ao mesmo tempo lida com a dúvida em relação à eventual capacidade do padre em ter visões, da parte de Deus. É aí que o filme acarreta um dilema moral, com nuances éticas e religiosas: pode um padre acusado de pedofilia ser um servo de Deus?

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A personagem do padre Joseph, interpretada por Billy Connolly (Último Samurai e Garfield 2) é das mais intrigantes e controversas do filme. Uma interpretação, a meu ver, excelente. Outra interpretação boa, mas que não revelou todo o seu potencial foi a de Amanda Peet (Jack & Jill), que apesar do seu aspecto visual não soube lidar com a pressão de interpretar uma agente do FBI.

Ficheiros Secretos: Quero Acreditar, não deixa de ser um bom filme, mas seria melhor se não aparentasse tanto ser um filme independente. Talvez se o mesmo não tivesse a chancela FIcheiros Secretos, todos nós o consideraríamos um filme bom, contudo e desta forma, acabou por desiludir-nos um pouco a todos.

Sim, quero acreditar que Chris Carter consegue fazer melhor.

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Hancock

O filme do anti-herói Hancock torna-se um dos mais despropositados dos últimos tempos.

Hancock, protagonizado por Will Smith é um dos heróis mais conflituosos e sarcásticos dos últimos tempos. Embora os seus actos possam salvar a vida de milhares, os estragos parecem ser sempre também em grandes proporções. Por isso, a opinião pública está cansada de Hancock, a quem pouco interessa a opinião dos outros.

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Hancock aparenta ser uma sátira à figura mítica do super herói dos comic books, tornando-se extremamente irreal e obviamente exagerada. Constituído por duas partes francamente diferentes, o filme de Peter Berg parece assentar numa esquizofrenia de ideias constantes, às quais não soube dar uma construção minimamente plausível.

Na segunda parte do argumento, caímos numa história disparatada, mas ao mesmo tempo mais dramática e moralista, que aborda os valores morais. De repente e praticamente sem aviso, o ambiente do filme e a composição das personagens mudam. E é aí que Charlize Theron obtém o seu protagonismo, pela sua presença obviamente vistosa, mas que se torna demasiado oca para este género cinematográfico.

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Um ponto a favor deste filme são os efeitos especiais e uma banda sonora bem composta, mas que por vezes são prejudicadas por um estranho controlo da câmara.

Hancock apresenta-se um filme desequilibrado, pois acaba por se tornar uma sessão dupla totalmente contraditória entre si.

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O Cavaleiro das Trevas

Christopher Nolan revoluciona as adaptações do comic book de Batman. Um filme onde a anarquia e os dilemas morais imperam.

Antes de mais, devo ressalvar que nunca fui fã de banda desenhada, nem das suas adaptações ao grande ecrã e que não assisti aos outros títulos da série. Contudo e devido às excelentes críticas que surgem por todo o Mundo decidi assistir ao filme O Cavaleiro das Trevas.

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Em O Cavaleiro das Trevas, Batman continua a sua luta contra o crime. Com a ajuda do Tenente Jim Gordon, Batman vê na figura de Harvey Dent (Aaron Eckhart), o herói real que Gotham necessita. A parceria parece revelar-se eficaz, até se encontrarem inseridos num reinado de terror, desencadeado por uma mente genial, mas criminosa, mais conhecido pelos assustados cidadãos de Gotham como Joker.

The Dark Knight não é, efectivamente, um filme de super-heróis e isso agrada-me. Christopher Nolan aborda a história no sentido da humanização de Batman e Joker. Não existem super-poderes (e os que existem, estão tecnologicamente bem catalogados), apenas existem as virtudes e os defeitos das pessoas em geral. É um provavelmente dos filmes mais sombrios dos últimos tempos e valoriza o dilema do herói vingador, o vigilante que actua sempre no limite das leis de Gotham.

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Neste filme, Batman e Joker são dependentes um do outro. É um filme de personagens fortes onde a presença do herói é claramente ofuscada. Joker (Heath Ledger) torna-se um dos vilões mais hipnóticos da história do cinema, longe dos tiques de palhaço e do sadismo elegante ou afectado de versões anteriores. Joker assume-se como um “agente do caos”, que se baseia no medo e surge como um manipulador que torna cada golpe num profundo dilema moral. Apesar de Joker inventar várias histórias acerca da maneira como adquiriu as suas cicatrizes faciais e psíquicas, o mesmo não pretende assumir-se como a soma das injustiças cometidas contra ele e apresenta-se como um ser alienado, mas um juiz perspicaz de personalidades.

Apesar de a acção do filme (efeitos especiais, sobretudo) não me dizer nada, a trama é absolutamente de mestre, capaz de abalar os alicerces que sustentam o comportamento heróico de Batman. O enredo mergulha a fundo na ideia de identidade e na noção de que, talvez, Bruce se tenha perdido no mito do herói e que isso se tornou mais uma aflição, do que uma missão. Por sua vez, também Harvey Dent consegue fazer jus à sua alcunha (Duas Faces) mergulhando no lado sombrio da sua personalidade. Aqui, a violência gratuita, mutilação e tortura vigoram, numa Gotham totalmente consumida pelo medo e anarquia.

É no sentido de Joker assumir uma pose psicótica, que este se torna o filme de Heath Ledger, embora considere de muito mau gosto falar-se de um Óscar póstumo, embora esta atribuição soasse como um sorriso brutalmente artificial, igual ao que Joker pretende infligir a todos.

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Contudo, considero que seja dos argumentos mais bem conseguídos dos últimos anos, dificilmente se livrando de uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme, que nos ensina que “às vezes, a verdade não chega. Às vezes, as pessoas merecem mais.

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Vigilância

Será que o talento nasce nos genes? É a dúvida com que ficamos ao assistir a Vigilância (Surveillance), o filme de Jennifer Lynch, filha do grande David Lynch.

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À partida, Vigilância parece revelar-se um thriller comum, com um tipo de investigação sobejamente conhecida nos parâmetros do cinema de Hollywood, contudo, o segredo do filme é esse mesmo: fazer parecer aquilo que não é, sem levantar suspeitas. Vigilância relata a história de dois agentes especiais do FBI, Anderson (Julia Ormond) e Hallaway (Bill Pullman), que são enviados para Santa Fé, onde assassínios arrepiantes no deserto estão a colocar a polícia local em tumulto. Durante a investigação, são inquiridas três testemunhas visivelmente abaladas, especialmente Stephanie (Ryan Simpkins), uma criança de oito anos, cuja família está entre as vítimas. No entanto, quando cada testemunha relata a sua versão da história, torna-se evidente que elas são diferentes e que todos sabem mais do que conta.

Jennifer Lynch ficou conhecida do público quando produziu o drama erótico Boxing Helena, no ano de 1993. Desde aí, os seus trabalhos têm sido poucos. Neste novo trabalho, Jennifer contou com a ajuda do seu pai, o já famoso David Lynch, criador de Twin Peaks, Mulholland Drive ou o mais recente Inland Empire, cada um com uma mestria genial.

A grande curiosidade residia em saber como se portaria Julia Ormond (Inland Empire) e Bill Pullman (Lost Highway) no papel de dois investigadores do FBI, num caso com falsos testemunhos, mas sobretudo se Jennifer Lynch havia herdado o talento do pai. Ficamos então felizes por dizer que sim.

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Vigilância é um thriller psicótico, que revela originalidade na forma como conta a história e na forma como as acções de cada personagem se entrecruzam entre si. Podemos elogiar o trabalho da pequena actriz Ryan Simpkins, enquanto a perspicaz menina que tem um final extremamente interessante. Serão os psicopatas pessoas justas? É a pergunta que se impõe em relação ao destino final da personagem da menina Stephanie.

Apesar de o filme, no início parecer monótono, a verdade é que o argumento é revelado com uma mestria digna de Lynch, com uma estrondosa reviravolta e revelação no final do mesmo. Pell James, enquanto a toxicodepente Bobbi Prescott, tem uma interpretação, a meu ver, extremamente excelente, dada a forma como conjuga o seu papel extremamente ambíguo.

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Contudo, num Verão pleno de blockbusters é triste que este filme passe despercebido dos portugueses, ainda mais que a Lusomundo não adquiriu direitos para a sua exibição e tive acabar por vê-los num cinema mais independente, neste caso o Medeia, no Porto.

Um filme que não se devia perder assim…

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