Pisares


O Labirinto do Fauno

O Labirinto do Fauno foi imediatamente para a minha lista de filmes favoritos. Guillermo del Toro fez um excelente trabalho.
A história é fascinante: decorre em Espanha, em 1944. Oficialmente, a Guerra Civil já terminou há cinco anos, mas um pequeno grupo de rebeldes continua a lutar, incansável, nas montanhas de Navarra.
Ofélia, uma criança de 10 anos, muda-se para Navarra com a mãe, grávida e frágil, onde conhece o seu novo padrasto, Capitão Vidal, um oficial fascista com ordens para eliminar os rebeldes que ainda permanecem no território.
Fascinada por contos de fadas, Ofélia descobre um grandioso labirinto, onde conhece Pan, um fauno que diz saber a verdadeira identidade e o destino secreto de Ofélia - ela é uma princesa, a filha desaparecida do Rei das Fadas. Pan oferece-lhe a oportunidade de voltar ao Mundo subterrâneo e viver no reino mágico do pai. Mas, primeiro, ela tem de executar três tarefas antes da lua cheia. Esta é uma oportunidade que Ofélia não quer perder, pois consegue descortinar uma realidade mais colorida por trás da realidade da guerra e do autoritarismo do padrasto. No entanto, uma criada, Mercedes, confidente de Ofélia, diz-lhe que sempre lhe disseram para não confiar nos faunos... Afinal, qual será a verdade?

Foi nomeado para 6 Óscares: melhor direcção artística, melhor fotografia, melhor filme estrangeiro, melhor maquilhagem, melhor banda sonora e melhor argumento original.
Foi considerado a verdadeira obra-prima do ano pelo The New York Post.
E é, de facto, um dos melhores filmes de sempre.

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O Panda do Kung Fu

Kung Fu Panda é o mais recente filme de animação da Dreamworks.

Po, um enorme panda, trabalha como aprendiz numa loja de massas de arroz. O seu maior sonho é lutar ao lado dos cinco maiores mestres do kung fu, mas sabe que tal é quase impossível... No entanto, Po é inesperadamente nomeado para salvar a população do malvado Tai Lung, que fugiu da prisão onde esteve durante vinte anos. Assim, Po começa a sua formação com o Mestre Shifu, mas depressa percebe que os seus 130 quilos não se adequam aos estilos tradicionais do kung fu; Shifu apercebe-se, a dada altura, que para transformar Po num guerreiro terá de incorporar a sua natureza - treiná-lo com recurso a comida. Po acabará por descobrir que o que pareciam ser as suas fraquezas são, afinal, as suas maiores forças.
É um filme divertido e com uma mensagem interessante, mas não me prendeu ao écrã como outros filmes de animação.

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Cubo Zero

Cubo Zero é o último filme da trilogia do Cubo, no entanto trata-se de uma prequela que explica os motivos por detrás da construção do enigmático cubo. Cubo Zero tem tanto de bom, como de mau.

Partindo do princípio básico dos dois filmes anteriores, oito pessoas acordam sem se conhecer umas às outras, sem saber porque estão presas e nem como prosseguir. Aos poucos, vão enfrentando a morte, ao mesmo tempo em que tentam sair do lugar. Porém, desta vez a história aprofunda os criadores do cubo. Aqui, o homem que vigia as salas do cubo acaba se envolvendo de forma perigosa na trama quando uma mulher inocente é presa no jogo. Os acontecimentos desta trama, na verdade, acontecem antes dos mostrados no filme de 1997 que deu origem à série.

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Cubo Zero não explica exactamente por detalhes os motivos da construção do cubo ou o funcionamento dos engenhos, mas é aí que brilha: por manter o interesse e o enigma no ar, deixando ainda muita coisa no ar. E a ideia original por detrás do argumento do primeiro filme pretendia isso mesmo: deixar o espectador confuso e claustrofóbico.

Desta vez, a prequela acaba por dar oportunidade ao espectador, de aliviar este sentimento de claustrofobia, recorrendo à invasão dos sonhos/mente dos personagens, mas também (e essencialmente) à sala de controlo, onde dois homens vigiam o cubo. Estes dois personagens, entre os quais o actor Zachary Bennet que tem aqui uma excelente interpretação, revelam aquilo que o espectador já suspeitava: o cubo é uma espécie de instalação militar, um centro de experiências, concebido pela empresa Izon, onde à partida se encontram prisioneiros políticos ou de guerra ou pessoas que, de alguma forma, poderiam prejudicar os seus interesses.

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O exagero nesta prequela encontra-se sobretudo no abuso da ficção científica (sim, ainda mais que em Hipercubo), que chega a roçar o ridículo, com a existência de personagens e cenas, que mais parecem saídas de uma adaptação de uma banda desenhada da Marvel. Contudo e tirando os aspectos negativos do filme (que ainda são muitos), o mesmo acaba por ser demasiadamente interessante, com uma componente gore maior, mas ao mesmo tempo com um lado mais sentimentalista e emocional, até então desconhecido.

Cubo Zero explica-nos o que acontece quando alguém consegue fugir do cubo e encontra a tão famosa luz branca: sofre mais um e derradeiro teste, dependente de uma resposta de sim ou não. Acreditas em Deus?, é a pergunta.

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Não há nada de novo em relação aos outros filmes: há pessoas presas dentro do cubo, sem saber como e a tentar sair. A novidade reside no entrar e sair, que a acção divide, sendo que as acções dentro do cubo são bem menores que as exteriores. Cubo Zero assenta assim na mesma premissa apresentada por George Orwel, em 1984: uma sociedade autoritária e que vigia os cidadãos.

Ernie Barbarash consegue neste filme um belo trabalho com as câmaras e com o enredo, mantendo a atenção do espectador de uma forma inteligente, não se esquecendo também dos fãs do horror e do gore. Cubo Zero segue os conceitos básicos do filme original, mas cria também inovação, acabando por ter mais qualidade que Cubo 2 - Hipercubo.

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Beirut - The Flying Club Cup

Beirut é uma banda difícil de definir. O seu estilo encontra-se algures entre Indie e Folk. É música alternativa e absolutamente extraordinária.

A banda é constituída por dez elementos: o vocalista é o jovem Zach Condon, de 22 anos, que tem uma voz que se adequa muitíssimo bem ao estilo que a banda adoptou. Os instrumentos utilizados são também uma explosão surpreendente de melodias.
The Flying Club Cup é o seu último álbum, de 2007. O single mais conhecido é, provavelmente, Nantes. Foi através desta música que fiquei a conhecer a banda no blogue do Tiago O Avesso dos Ponteiros. Um obrigada grande ao Tiago por me ter dado a conhecer (mais uma vez) uma banda diferente, única, fabulosa.
Deixo-vos, pois, Nantes:


O álbum é composto por:

  1. "A Call to Arms"
  2. "Nantes"
  3. "A Sunday Smile"
  4. "Guyamas Sonora"
  5. "La Banlieue"
  6. "Cliquot"
  7. "The Penalty"
  8. "Forks and Knives (La Fête)"
  9. "In the Mausoleum"
  10. "Un Dernier Verre (Pour la Route)"
  11. "Cherbourg"
  12. "St. Apollonia"
  13. "The Flying Club Cup"
Para conhecê-lo ainda melhor:

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Pecados Íntimos - Tom Perrotta


A editora Bico de Pena proporciona-nos uma leitura tipicamente americana, uma história dos subúrbios, que usa e abusa do humor crítico e mordaz de Tom Perrotta.

Pecados Íntimos (Little Children) é o nome do romance original de Tom Perrotta, adaptado ao grande ecrã por Todd Field. Relata a história de dois casais, recentemente casados, que vivem na mesma comunidade e cujas vidas se vão interligar de maneiras muito perigosas. Uma área suburbana vive momentos de alguma tensão porque um pedófilo é libertado e volta para casa. Num parque infantil um grupo de mulheres que toma conta dos seus filhos comenta o reaparecimento de um jovem pai por aquelas bandas. Com estes cenários a servirem de fundo assistimos ao desenvolver de uma relação entre Sarah e Todd.

Tom Perrotta não suaviza a sua escrita ao narrar-nos a sua história. Ao longo de todo o livro, notamos que é intenção do autor ser nu e cru naquilo que descreve, levando-nos a crer que, por vezes, quer chocar o leitor. O livro fala sobre temas complexos, como a perversão sexual, a emancipação da mulher, o adultério ou a pedofilia. Pecados Íntimos mostra-nos a falha de uma sociedade aparentemente perfeita, sem contudo cair em falsos moralismos.

Pecados Íntimos é uma leitura aconselhada.

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Cubo 2: Hipercubo

A sequela do filme Cubo que, obviamente, perde muita da sua qualidade inicial, ao abordar temáticas mais complexas e hipotéticas teorias de física quântica.

Cubo 2: Hipercubo aborda uma história em muito semelhante à do primeiro cubo. Oito estranhos acordam numa divisão em forma de cubo. Quase de imediato percebem que este é um lugar diferente - em Matemática é um cubo de 4 dimensões, um hipercubo. Enquanto os prisioneiros exploram as divisões intermináveis são defrontados com obstáculos mortais. Mas nada é o que parece: a esquerda é a direita, subir é descer, sair é entrar. Mas alguém guarda um segredo que ameaça destruir a existência como eles a conhecem. Apenas um pode sobreviver ao hipercubo.

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Hipercubo não se pode chamar uma sequela do Cubo, porque apenas assenta na mesma temática, sem nenhum dos personagens ter alguma relação com o primeiro filme. O filme acaba por ser mais um remake do original, porque mantendo a mesma lógica de ideias, apenas moderniza o cenário. Desta vez, nota-se um aumento no financiamento da produção: portas de alta tecnologia, com sensores de tacto, salas brancas e luminosas, num estilo mais clínico e menos industrial. Enquanto que em Cubo, as personagens foram aprisionadas no espaço com roupas militares e sem qualquer um dos seus objectos pessoais, em Hipercubo, todas as personagens vestem as mesmas roupas de quando foram aprisionadas e trazem os seus objectos pessoais, como canetas, facas, óculos e relógios (acabando por ser essenciais ao desenrolar da história).

Enquanto que no primeiro Cubo, nenhum dos personagens sabe porque se encontra ali, nem apresenta nenhuma relação entre si, em Cubo 2: Hipercubo todos os personagens têm um elo de ligação: a empresa Izon, financiadora do projecto do Cubo. Aliás, enquanto que no primeiro filme não interessava perceber o objectivo do Cubo, na sequela Andrzej Sekula não parece querer esconder que o cubo tem fins militares e corporativos. Logo na sequência inicial do filme vê-se o Coronel Thomas Maguire a perguntar onde estão os números e a pedir uma oportunidade, permitindo perceber logo a ligação com o Departamento de Defesa e com o primeiro cubo.

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No primeiro Cubo a Matemática permitia a salvação, através dos números primos ou da factorização de enormes dígitos; contudo no Hipercubo a ficção científica é altamente explorada, através do uso da Física Quântica, teletransporte, universos paralelos, distorção do tempo e do espaço ou da gravidade. No Hipercubo perde-se a noção do primeiro filme de que o maior inimigo ali são as emoções humanas, pois perde-se a noção de espaço claustrofóbico. Aqui todas as interpretações parecem demasiado forçadas, perdendo assim todo a confusão e medo existente entre as personagens do primeiro elenco.

Sekula perdeu ao tentar ser arrojado. Perdeu-se a noção de sobrevivência, a fuga das armadilhas, pelo deambular constante de sala em sala, até encontrar uma nova dimensão dentro do hipercubo. No hipercubo chega-se a um ponto que se percebe que todos vão morrer até à desintegração do cubo, descoberta pelos cálculos do professor candidato ao Prémio Nobel.

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Hipercubo tem qualidade e entretenimento, no entanto, perde grande parte da qualidade inicial, ao tentar “dar um passo maior que a perna”.

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Cubo

Cubo é dos thrillers mais intrigantes de sempre, acabando por revelar uma grande componente humana e psicológica, em detrimento do cenário.

Vencedor do prémio Fantasporto em 1999, Cube foi dos filmes mais comentados na altura, devido ao seu intrigante enredo e simplicidade/complexidade do cenário. Cubo conta a história de seis pessoas comuns, totalmente estranhas entre si, que acordam presas num labirinto. Nele, existem salas interligadas em forma de cubos e preparadas com armadilhas mortais. Sem comida ou água, suas vidas estão com os minutos contados. Nenhum deles sabe como ou porque estão presos, mas logo descobrem que cada um possui uma habilidade especial que poderá contribuir para a fuga. Um matemático, um engenheiro, um polícia, um ladrão e um autista devem juntar esforços na ânsia de encontrar a saída de um enigma praticamente insolúvel.

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Cubo centra-se sobretudo nas emoções humanas, na sua natureza e no seu instinto de sobrevivência. Todo o enredo centra-se nas diferenças entre as pessoas e na forma como agem na resolução dessas diferenças. O problema mais grave, no interior do Cubo, não são as armadilhas. O que poderá impedir alguém de sair vivo do Cubo será mesmo ele próprio, expondo assim o nível a quem um ser humano chega quando assolado pelo desespero.

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Um dos grandes pontos a favor do filme é o elenco que, apesar de não ser muito conhecido, consegue fazer interpretações excelentes, num cenário sempre igual, com textos completos e longos. O filme ajuda-nos a compreender a gestão de um grupo, a capacidade de decisão e valorizar quem nos rodeia de modo a compreender as suas especialidades.

A interpretação de Andrew Miller, o autista, é das mais importantes de todo o filme, pois é ele que possui a solução para o enigma e consequente salvação de todos. As cenas finais do filme demonstram como o ser humano ainda está muito propenso a julgamentos pela aparência e não pelas capacidade. A saída do Cubo, envolta em luz branca, revela o enigmático espaço como uma espécie de catarse humana, onde só os puros são salvos

Nunca se percebe muito bem o porquê da construção do Cubo ou o motivo de serem aqueles seis os escolhidos, contudo todos eles têm um papel preponderante lá dentro. O cenário do filme acaba por brincar com o espectador, levando-o a ter uma atitude activa e por vezes claustrofóbica, em relação ao desenrolar do argumento.

Sem dúvida alguma, Cubo apresenta como uma inovação para a época em que surgiu, sendo um filme cheio de pontas soltas e enigmas por resolver.

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O Enigma de Fermat

O Enigma de Fermat é mais um exercício mental, que propriamente um filme banal, acabando por ser mais uma demonstração do cada vez mais influente cinema espanhol.
O enredo fala sobre quatro matemáticos que não se conhecem e que são convidados por um misterioso anfitrião denominado Fermat, para comparecer a um encontro num lugar isolado, sobre o pretexto de decifrar um grande enigma. Uma vez ali, os quatro descobrirão que suas vidas estão em risco e que o enigma a desvendar será como sobreviver a uma engenhosa armadilha.

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Através d’O Enigma de Fermat e tendo como exemplos, filmes como O Labirinto de Fauno e o recente [REC], apercebemo-nos que o cinema europeu, nomeadamente o espanhol, tem feito uma aproximação às fórmulas americanas de sucesso, sem contudo trazer detrimento para os argumentos.
O filme obtém interpretações excelente dos actores que são os quatro principais intervenientes do mesmo. Todo o elenco apresenta excelentes traços psicológicos nas personagens, transmitindo todo esse realismo aos espectadores. O facto de o filme ser compacto, ajuda a manter a tensão assente na resolução dos enigmas matemáticos e lógicos, que lhes garantem a sobrevivência.

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O cenário é simples e claustrofóbico, o que permite o constante suspense do argumento. Contudo não nos podemos distanciar da semelhança de O Enigma de Fermat aos sucessos mundialmente conhecidos, como Saw e Cube. Esta é uma prova do fervilhar de ideias do cinema espanhol e destes dois realizadores: Luis Piedrahita e Rodrigo Sopeña.
Um outro ponto alto e de grande interesse é o sítio oficial do filme, onde os amantes da matemática terão uma agradável surpresa.
O Enigma de Fermat é um excelente filme, altamente aconselhável.

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A Casa da Lagoa

A Casa da Lagoa é um remake do filme coreano Siworae, que não passa de um romance facilmente consumível, sem nada de importante a acrescentar ao cinema.A precisar de uma mudança na sua vida, Kate Forster (Sandra Bullock) decide deixar os subúrbios do Illinois e mudar-se para Chicago. A única coisa que lamenta é ter de deixar a bela casa da lagoa que tinha alugado. Ao partir, deixa uma nota para o novo inquilino, para que lhe reenvie o correio. Começa a receber correspondência de Alex (Keanu Reeves), um arquitecto frustrado que se mudou para a casa, e entre os dois nasce uma forte relação. Mas algo está errado. Kate percebe que, na realidade, Alex viveu na casa e está a escrever-lhe dois anos antes.
Logo nos primeiros segundos do enredo, The Lake House adianta logo muito daquilo que será até ao fim: mais um romance americano. Uma banda sonora demasiado comum e demasiado nostálgica conduz-nos a uma cidade melancólica e a uma Sandra Bullock menos impetuosa que o costume. Ao longo do filme surge sempre a dúvida se a culpa será da interpretação da actriz ou do fraco argumento.

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Keanu Reeves será talvez o único chamariz do filme, devido à sua enorme popularidade e ao seu carisma natural. Mesmo interpretando o papel de um arquitecto frustrado, Keanu Reeves consegue trazer alguma alegria ao grande ecrã.
A Casa da Lagoa é um filme banal, um romance comum, que apenas apresenta uma variante paranormal, que acabou por ser demasiadamente mal concebida.

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