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The Moss - FNAC Norteshopping, Matosinhos

Mais um showcase na Fnac Norteshopping em Matosinhos, no passado dia 23 de Maio de 2008, desta vez com a actuação de The Moss.

Hugo Moss aparenta um ar tímido e um jeito humilde, mas quando canta as coisas são um bocadinho diferentes. Não é que este tenha dado um espectáculo extremamente vibrante, no entanto, nota-se que quando canta ganha um ar apaixonado pelo que faz, deixando-se levar por completo ao som da música.

O seu som oscila entre o folk, o country americano e o blues. Uma voz simples, mas agradável de se ouvir, com letras bem escritas e interessantes e uma composição suave. The Moss toca guitarra acústica e, quando o momento o exige, toca também harmónica, de forma a conjugar-se bem com o espírito folk. O showcase limitou-se a cerca de quatro músicas apenas, contidas no seu EP de estreia, com título homónimo, no entanto foi uma meia hora de boa música e uma grande descoberta

www.myspace.com/hugomoss

www.themosspage.blogspot.com

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Mais uma vez o Pavilhão Municipal de Vila Nova de Gaia (que já recebeu nomes como Waterboys e Peter Murphy), foi palco de um grandioso espectáculo no dia 21 de Maio de 2008.

Joe Cocker subiu ao palco passavam pouco das 22 horas, pronto para dar uma excelente noite a milhares de pessoas. Maioritariamente entre os 40 e os 50 anos, as mulheres dançavam as sedutoras coreografias das músicas e os homens, de cabelos brancos, vibravam ao som do rock de Cocker.

Notou-se que Joe Cocker sente necessidade de mostrar que está vivo. De pose mais contida que antigamente, com um ar mais envelhecido, barba e cabelos brancos e uma voz mais fraca (mas mesmo assim charmosa e potente), Joe Cocker deu um grande espectáculo.

Cocker cantou o clássico “You are so beautiful“, com algumas falhas na voz, que prontamente o público ajudou a abafar. As bancadas levantaram-se em peso aos primeiros acordes de “You can leave your hat on“, que ficará sempre associada à chama sedutora do artista. “Up where we belong“, “Summer in the city“, “Come together” e “Unchain my heart” foram outros temas que foram recebidos em êxtase.

Um ponto de elogio neste espectáculo foi, acima de tudo, a excelente banda com a qual Cocker se fez acompanhar. Um guitarrista, um saxofonista e uma baixista fizeram a grande parte do trabalho principal para este ter sido um grande espectáculo.

Sem dúvida, uma noite divertida e bem passada.

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Sicko

Sicko levanta questões pertinentes sobre o sistema nacional de saúde americano, com o cunho pessoal do realizador galardoado pela Academia, Michael Moore. Acima de tudo, podemos dizer que Michael Moore sabe jogar com os factos para atingir os seus fins.

Sicko é mais que um filme, é um panfleto sobre como a saúde se tornou um negócio. Michael Moore alerta sobre o sistema nacional de saúde americano, cujas seguradoras assumem o controlo total. Milhões de americanos estão sem seguro de saúde, porque as seguradoras arranjam cláusulas que impedem aos doentes crónicos de aderir ao seguro ou se o fizerem, têm de pagar taxas ou coimas excessivamente abusivas. Sicko é uma crítica a George W. Bush e aos lobbies da indústria seguradora e também da indústria farmacêutica.

Michael Moore procura respostas no Canadá, Inglaterra e França, onde todos os cidadãos têm cuidados médicos gratuitos. Michael Moore mostra que o sistema de saúde americano está em último lugar entre os países mais desenvolvidos, apesar de ter um custo por pessoa mais elevado que qualquer outro sistema de saúde no mundo. Finalmente, Moore reúne um grupo de heróis de salvamento do “11 de Setembro” que sofrem de doenças debilitantes, incapazes de receber ajuda no seu país e leva-os para o mais inesperado lugar (apontado como a nação “terrífica”: Cuba) onde recebem o tratamento adequado, indisponível na sua e mais rica nação da terra.

Mais uma vez este não é um “documentário” que pretenda ser isento de crítica ou responsabilidade. Pelo contrário, Michael Moore assume a sua veia anti-Bush, criticando todo o seu sistema e responsabilizando pela crise vivida pelos doentes e idosos do país. O conhecido realizador é bom na sua propaganda, conseguindo manipular os factos e eventos, sem, contudo, deturpar a realidade.

O jogo de Moore é induzir a discussão, tudo de forma subjectiva, usando da sua ironia típica. Contudo, é um filme que leva à reflexão e à análise do nosso próprio país, que tem um um sistema nacional de saúde, indústrias seguradora e farmacêutica bastante semelhantes ao americano.

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Fado em Si Bemol – FNAC Norteshopping, Matosinhos

Fado em Si Bemol fizeram um showcase no dia 18 de Maio de 2008, na FNAC Norteshopping em Matosinhos. Não conhecia, mas foram bastante do meu agrado.


O grupo é constituído por Miguel Silva (guitarra portuguesa), Paulo Gonçalves (viola), Pedro Silva (contrabaixo), Paulo Coelho (percussão) e Pedro Matos (voz). Fado em Si Bemol tem uma nova sonoridade de fusão, entre o jazz, o fado e a bossa nova, um cantar alegre e inovador.


O vocalista Pedro Matos é detentor de uma potente voz, adequada a todos os estilos, mantendo ao longo de todo o espectáculo uma performance de entertainer.


Cantaram cantigas como o Fado Português, o Fado de Coimbra (com uma excelente adaptação do tema Saudade, de Cesária Évora) e A Moda das Tranças Pretas. Tudo de uma forma divertida, misturando o jazz e o soul, com o fado categórico.


Uma banda seguramente a não perder, cuja curiosidade me leva a querer comprar o novo CD.


http://www.myspace.com/fadoemsibemol


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Saw IV - A Revelação

Mais uma sequela da saga de Saw, desta vez explorando as motivações e as razões por detrás das acções de Jigsaw.

Poucas ou nenhumas são as sequelas de filmes que superam o original e este Saw IV não foge à excepção. Depois de tudo aquilo que nos foi apresentado no primeiro filme da saga, a fasquia ficou inalcançável, no entanto isto não quer dizer que o quarto filme seja um fracasso.

Saw IV pouco nos apresenta de novo. O sadismo latente, o jogo psicológico entre a vítima e o espectador, os quebra-cabeças e os mecanismos de tortura excêntricas mantêm-se os mesmos. Contudo, esta sequela apresenta-nos também o lado legítimo de Jigsaw, o motivo dos seus jogos e as razões intrínsecas por detrás de todo o argumento dos filmes anteriores. Toda a acção do filme é entrecruzada com base em flashbacks que visam o passado de Jigsaw e o aparecimento de outras personagens. Todavia, a nova abordagem, do lado mais humano de Jigsaw, consegue dar uma novo fôlego ao argumento, prejudicando, contudo, a continuação da saga.

De facto, este filme não conseguiu ser tão gore, como os anteriores. Há algo que falta, sem perceber o quê. Ou talvez seja o facto de o espectador já estar tão habituado ao horror comum dos filmes Saw que sentem uma necessidade crescente em termos de cenas de sangue, cujo argumento actual não consegue superar.

Tirando isso, podemos elogiar a excelente interpretação de Tobin Bell, que continua a dar cartas (mais uma vez), com a sua postura séria e impenetrável, mas ao mesmo tempo com uma actuação enigmática, que tanto nos leva a temê-lo, como a compreendê-lo.

A parte final do filme leva-nos, momentaneamente, a temer a continuação da saga, pelo menos ao nível da qualidade que nos habituou. Se olharmos pelo lado óbvio, podemos dizer que neste filme, a trama segue uma narrativa linear, que culmina numa conclusão demasiado objectiva e explícita: a revelação directa do novo discípulo de Jigsaw. Se olharmos por outro lado, podemos pensar que o quarto filme não segue uma lógica e uma narração assim tão linear, chegando a passar-se praticamente ao mesmo tempo que Saw 3. A última cena do filme, também faz prever (olhando por um outro prisma) que o quinto filme da saga não se vai passar por ordem cronológica, mas que será anterior ao Saw 4, narrando o motivo que levou o detective a tomar as suas acções ou se realmente aquilo que nos é levado a ver, corresponde à realidade. Tudo questões de perspectiva, tudo questões que apenas serão respondidas em Saw 5.

Quanto a Saw 4, longe de ser uma obra-prima do cinema, levando em conta os limites que a ocasião obriga não tem um argumento assim tão mau. E conseguiram o impensável: continuar a saga de Jigsaw, sem o mesmo e sem contudo se notar a sua ausência.

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10.000 A.C.

Excelente marketing, péssimo argumento. É a primeira coisa que me vem à cabeça quando penso no filme 10.000 A.C..

Numa tribo pré-histórica, ficamos a conhecer D’Leh (Steven Strait), um rapaz cujo pai é considerado um traidor, por ter abandonado a tribo num momento de grande necessidade. Este facto fez com que D'Leh se tornasse uma pessoa com um grande carácter e com um grande espírito de liderança. Mais uma vez, a sua tribo vê-se numa situação complicada e, desta vez, cabe a D’Leh, a difícil missão de assumir a liderança e salvar a sua tribo da extinção.

Emmerich é o tipo de realizador de blockbusters, no entanto isto não é sinónimo de qualidade. Mais uma vez, o aspecto visual é o grande atractivo do filme, com grandes efeitos e a representação praticamente realista de animais pré-históricos e paisagens atractivas a fazerem as delícias dos fãs. No entanto, muita coisa fica a desejar.

Podemos começar pelo argumento. O guião de 10.000 A.C. é cliché, aproximando-se de algumas cenas de Apocalypto, 300 e Matrix Reloaded. Por outro lado, o elenco escolhido não consegue uma representação satisfatória, muito também por culpa dos fracos diálogos. Apesar de supostamente estarmos em 10.000 antes de Cristo e de os humanos ainda terem uma forma rudimentar de construção frásica, se Emmerich optou por os colocar a falar um inglês correcto, pelo menos que lhes desse diálogos interessantes. O guião do filme é bastante fraco, nem nos dá uma informação correcta sobre como foi a época.

É claro que o filme é ficção nem pretendia ser um documentário fidedigno da época, mas 10.000 A.C. apresenta erros demasiadamente gritantes. Um deles é a caracterização: para um povo pré-histórico, todos eles apresentavam uma dentição e um nível de higiene elevado.

Os erros históricos são outra constante. Na era paleolítica, os seres humanos não tinham uma rede tão organizada a nível social, nem uma uma utilização tão funcional dos metais, como o que é apresentado no filme, pois isso só veio a acontecer cinco milénios depois. Outro erro são as imprecisões geográficas. É impossível que um povo de origem oriental morasse tão perto de outro com aspecto caucasiano e olhos azuis e logo de seguida D’Leh montasse um exército de pessoas africanas, descobrisse a nascente do Nilo e se encontrasse com os egípcios, cujo reinado nem remonta àquela época. Por outro lado, era impossível que num raio geográfico tão curto, se encontrasse um local montanhoso e gelado, uma floresta de aspecto tropical e um deserto.

10.000 A.C. é um filme vistoso a nível visual, mas sem nada de novo a apresentar. 10.000 A.C. tem dos argumentos mais incongruentes que já vi, muito aquém dos anteriores filmes de Emmerich, que nem chega sequer para entreter o espectador.

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Closer - Perto Demais

Closer - Perto Demais, tinha tudo para ser mais um filme cliché, um romance típico. No entanto, o seu grande feito é mesmo esse: o da imprevisibilidade.

Dan (Jude Law) é um aspirante a escritor que pretende acabar o seu romance mas ganha a vida a escrever obituários. Alice (Natalie Portman) fugiu da América apenas com a roupa que traz. Anna (Julia Roberts) é uma fotógrafa divorciada. Larry (Clive Owen) é um dermatologista que vem de um desgosto amoroso. Quatro desconhecidos que se vão envolver num jogo de sedução e traição.

Closer é um filme sobre estranhos. Estranhos em todos os sentidos possíveis. O filme chega a roçar o perfeito, não sendo tão prevísivel quanto o género poderia aparentar. Aliás, a única coisa que poderia parecer forçada - o primeiro encontro entre Dan e Alice numa rua movimentada e o seu suposto amor à primeira vista - não o chega a ser.

Closer brilha essencialmente pela forma como a acção nos é mostrada. Apenas é revelado o que é absolutamente essencial, os momentos-chave centram-se nas emoções humanas e nos fabulosos diálogos. O enredo chega até a ser extremamente nu e por vezes cruel, levando a um certo pudor por parte do espectador. A fotografia, mais uma vez focada nas expressões humanas é brilhante e a banda sonora acaba por tirar o fôlego, de tão bem conjugada com a acção.

Destaque para a fabulosa prestação de Natalie Portman, com um papel extremamente difícil ou melhor, com vários papéis dentro da mesma personagem. Alice é camaleónica, uma personagem imprevisível, acabando por ser, por vezes, perturbante. É contudo, possuidora de uma grande dualidade nas emoções: tanto é capaz de demonstrar crueldade nas acções, como demonstrar a maior fraqueza do mundo, quando confrontada com a probabilidade de perder o amor.

Também Clive Owen, no papel de Larry, o dermatologista, é absolutamente genial nos diálogos que partilha com todas as personagens, de uma ironia atroz, revelando toda a sua perversão e ao mesmo tempo a sua possessividade extremista.

Julia Roberts e Jude Law, apesar de não serem tão bons quanto os outros dois, acabam por ter um papel preponderante ao longo da acção.

Closer - Perto Demais atinge o limiar da perfeição na cena da discussão entre a personagem de Julia Roberts e de Clive Owen, em que os diálogos não são suavizados ao politicamente correcto, pelo contrário, (ab)usam do realismo, levando o espectador até ao centro da intimidade de um casal.

Closer não é tampouco um filme de amor, é um filme de dor e mágoa e de como, por vezes, os sentimentos são usados para próprio proveito em detrimento dos outros. Closer é um filme egoísta, que perdura na memória.

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